Justiça

Desembargadora investigada na Faroeste é aposentada compulsoriamente pelo CNJ

Decisão aponta que Sandra descumpriu deveres funcionais e participou de esquema onde cobrava parte da remuneração dos servidores nomeados no gabinete

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Desembargadora investigada na Faroeste é aposentada compulsoriamente pelo CNJ

Foto: Reprodução

Investigada no âmbito da Operação Faroeste, a desembargadora Sandra Inês Rusciolelli Azevedo, do Tribunal de Justiça da Bahia, foi aposentada compulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), na terça-feira (10). 

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A magistrada está afastada do cargo desde março de 2020, após o início das investigações, as quais apontam Sandra como suspeita de integrar um esquema de venda de sentenças judiciais.

Conforme o CNJ, a decisão de terça foi tomada por unanimidade após os conselheiros julgarem procedente o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) que verificou o descumprimento de deveres funcionais por parte de Sandra, desde 2016 (antes das primeiras denúncias sobre o caso).

O Conselho declarou que a desembargadora participava de conversas sobre a exigência de até 75% do vencimento dos funcionários, em um esquema de “rachadinha”. Para o CNJ, a prova derrubou a alegação da defesa de Sandra, que afirmava que ela não sabia do pedido de dinheiro.

O CNJ compreendeu que, mediante os autos da investigação, a desembargadora teria se omitido gravemente das funções, permitindo e corroborando com “o desenvolvimento de prática ilícita envolvendo servidores subordinados e seu filho”.

Sandra Azevedo é investigada pela suspeita de ter recebido propina de R$ 250 mil para dar parecer favorável a uma empresa em um processo judicial. As investigações apontam que ela recebia o dinheiro por meio do filho, Vasco Rusciolelli.

Em novembro deste ano, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aceitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e tornou Sandra ré.

Segundo o MPF, Sandra e os outros réus teriam atuado em diferentes processos para atender aos interesses de uma empresa agropecuária, garantindo-lhe a propriedade de imóveis rurais. Em troca, os envolvidos receberiam cerca de R$ 4 milhões, sendo que, R$ 2,4 milhões teriam sido efetivamente pagos.

À época, a defesa da magistrada alegou que as decisões proferidas por ela foram lícitas e que o patrimônio da família é compatível com as rendas legalmente declaradas. A defesa também sustentou não haver justa causa para a abertura da ação penal e apontou suposta nulidade de provas que embasaram a denúncia.

Além da desembargadora, também foram denunciados na operação o filho dela, Vasco Rusciolelli; o produtor rural Nelson José Vigolo, dono da Bom Jesus Agropecuária Ltda; e os advogados Júlio César Cavalcanti e Vanderlei Chilante. Eles são acusados por formação e integração de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, e lavagem de dinheiro.

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