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Desemprego de 80% em Gaza obriga crianças a trabalharem

OIT descreve o ano como o mais difícil para os trabalhadores palestinos desde 1967

Por Da Redação
Ás

Desemprego de 80% em Gaza obriga crianças a trabalharem

Foto: UNICEF/Eyad El Baba

Oito meses após o início da guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, a Organização Internacional do Trabalho, OIT, alertou que as famílias precisam enviar seus filhos para trabalhar apenas para sobreviver, já que o desemprego se aproxima de 80%.

Os detalhes desse desenvolvimento e a "devastação sem precedentes" do mercado de trabalho palestino e da economia em geral, além de Gaza e da Cisjordânia, estão descritos em um novo relatório da OIT, publicado nesta sexta-feira.

Gaza em colapso

Antes de sua publicação, o diretor-geral da agência da ONU, Gilbert Houngbo, disse à 112ª Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra, na quinta-feira, que o mercado laboral em Gaza havia "entrado em colapso" desde os ataques terroristas liderados pelo Hamas contra Israel em outubro passado, que desencadearam a "guerra implacável" de Israel. 

Ele adicionou que Gaza está em ruínas, com os meios de subsistência destruídos e o trabalho escasso. Na avaliação do líder da OIT, este foi o ano mais difícil para os trabalhadores palestinos desde 1967. 

Dados concretos 

De acordo com os dados obtidos pela OIT e pelo Escritório Central de Estatísticas da Palestina, o desemprego na Faixa de Gaza chegou a 79,1%. Embora não tenha sido diretamente afetada pela guerra, a Cisjordânia ocupada também foi severamente afetada pela crise, com quase uma pessoa em cada três desempregadas.

Os autores do relatório destacaram que os números elevam a taxa média de desemprego para 50,8% nas duas áreas dos territórios palestinos, observando que o número real provavelmente é ainda maior, pois não inclui indivíduos que deixaram a força de trabalho por falta de oportunidades.

Assim, a produção econômica geral em Gaza sofreu uma contração de 83,5% e de 22,7% na Cisjordânia nos últimos oito meses, enquanto toda a economia dos territórios palestinos ocupados encolheu quase 33%.

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