Desperdício de água diminui pela 1ª vez no Brasil em seis anos
Apesar da queda, a perda não alcança a meta estabelecida pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, de 25%
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O desperdício de água caiu no Brasil após seis anos ininterruptos de aumento. É o que mostra o estudo feito pelo Instituto Trata Brasil, publicado nesta quarta-feira (5), que indica que 37,8% de toda a água potável produzida no Brasil foi perdida antes de chegar às residências em 2022.
O número mostra uma redução no desperdício de água em comparação com o registrado na pesquisa anterior, que indicava uma perda de 40,3% em 2021. Em 2020, o índice foi de 40,1%.
Mesmo com a melhora razoável no índice, o percentual ainda permanece fora do padrão estabelecido pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) como aceitável: de 25%. Uma portaria da pasta diz que o Brasil tem até 2034 para atingir esse índice.
Em relação a 2024, a água potável perdida na operação abasteceria toda a população do Rio Grande do Sul (10,6 milhões de habitantes) por mais de cinco anos. “Água tratada perdida poderia abastecer 54 milhões de brasileiros por um ano, enquanto mais de 32 milhões de brasileiros vivem sem o recurso”, detalha a pesquisa.
O levantamento, que é baseado nos dados públicos do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento (SNIS), tem uma análise abrangente das regiões, levando em consideração as 27 unidades da Federação e os cem municípios mais populosos do país.
Números por região
De acordo com a pesquisa do Instituto Trata Brasil, as regiões Norte e Nordeste são as que apresentam os maiores índices de desperdício de água, com 46,9% e 46,7%, respectivamente. Em comparação, o Sul tem índice de 36,7%; o Centro-Oeste, de 35%; e o Sudeste, de 34%.
O Amapá, Acre e Rondônia são os estados que lideram a taxa de desperdício de água, com 71,1%, 66,6% e 59,8%, respectivamente.
Além disso, somente nove municípios brasileiros conseguiram manter o índice de desperdício abaixo de 25%: Goiânia (GO), com 17,3%; Campo Grande (MS), com 19,8%; Limeira (SP), com 20,2%; Petrópolis (RJ), com 23,4%; Campinas (SP), com 20,2%; Maringá (PR), com 23,4%; Suzano (SP), com 23%; São José do Rio Preto (SP), com 20,5%; e Caruaru (PE), com 24,6%.