Desvio de recursos da Alerj a Flávio Bolsonaro é "incalculável", diz MP-RJ
Senador é investigado por suposta prática de 'rachadinha'

Foto: Agência Brasil
Durante as investigações que levaram o Ministério Público do Rio (MP-RJ) a denunciar o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) por suposta prática de rachadinha, os promotores apontaram que “o desvio de recursos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro tenha propiciado aos integrantes da organização criminosa acesso a R$ 4,23 milhões”. De acordo com o MP-RJ, o valor integral que teria chegado diretamente para Flávio Bolsonaro foi considerado "incalculável". Só nas despesas pessoais de Flávio e no pagamento de impostos de imóveis do casal, foram identificados pelo menos R$ 419,2 mil quitados em dinheiro vivo.
O MP-RJ denunciou, além do senador, a esposa dele , a dentista Fernanda Bolsonaro, o ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz, e outras 14 pessoas. As investigações começaram em 2018 depois que um relatório do Coaf, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, identificou movimentações suspeitas na conta bancária de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, quando Flávio era deputado estadual. Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.
Ao oferecer a denúncia , apresentada no dia 19 de outubro, o Ministério Público também listou uma série de acusações contra a mulher de Flávio. No documento, a promotoria indicou, por exemplo, que a dentista “não realizou nenhum saque em sua conta bancária entre os meses de agosto de 2010 e dezembro de 2014, não contribuindo com qualquer quantia em espécie para pagar as contas do casal nesse período”.
Os advogados disseram, em nota, que a defesa está impedida de comentar detalhes, mas garante que a denúncia é insustentável”. Eles apontam “vícios processuais e erros de narrativa e matemáticos” no que chamam de “tese acusatória forjada contra o senador ” .