‘Dez anos na prefeitura, não construiu uma creche e quer falar de educação?’, diz Rui sobre Neto

O governador Rui Costa (PT) rebateu críticas feitas pelo candidato ao Governo da Bahia ACM Neto (UB) à Educação durante a gestão do petista. O ex-prefeito de Salvador tem explorado durante a campanha o desempenho do estado entre as últimas posições no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Nesta quinta-feira (29), Rui acusou Neto de negligenciar o Ensino Infantil e a construção de creches em Salvador.

“Entrem no site do Ministério da Educação. Lá consta a informação de que, das 26 capitais brasileiras, Salvador está na 24º posição na oferta de Ensino Infantil e creches. O grupo dele já está na prefeitura há 10 anos. Se uma criança não sabe ler e escrever a responsabilidade é de quem? Outra coisa, a lei federal diz que quem deve assumir o Ensino Fundamental é o município, só que 70% das escolas de Ensino Fundamental II quem assume é o estado. Os alunos estariam sem escola se não fosse pelo governador”, disse ele, em entrevista à Rádio Metrópole. 

Rui disse ainda que, quando assumiu o primeiro mandato, ofereceu ao então prefeito o terreno para a construção de creches em Salvador, que seriam subsidiadas pelo governo federal. 

“Quando assumi em 2015, chamei ele no meu gabinete para perguntar porque não tinha feito nenhuma creche do Programa Brasil Carinhoso, que é uma iniciativa do governo federal para construir 6 mil creches no Brasil. Eu propus a ele que construíssemos as creches, porque foram oferecidas, pelo projeto, 124 unidades na capital baiana. Ele fala que não tem terreno, que terreno é caro. Ele só esquece de dizer que eu ofereci o terreno a ele de graça. Eu disse a ele para escolher, que eu daria a ele. Quantas creches foram construídas? Nenhuma”, declarou o governador. 

No debate da TV Bahia, na terça-feira (27), Neto alfinetou Jerônimo Rodrigues, candidato apoiado por Rui, sobre a fila para regulação nos hospitais baianos. O ex-prefeito argumenta que a espera pode demorar até um ano e que muitas pessoas precisam ser transferidas para Salvador, porque a rede de atendimento no interior do estado é insuficiente. 

“São 22 hospitais construídos durante os meus mandatos e esse ‘cabra’ quer falar de regulação? Salvador é a quarta maior cidade do Brasil, sequer tem uma maternidade, uma casa de parto”, rebateu.

Pagos nesta quinta-feira (29) aos professores baianos da rede pública, os precatórios foram alvo de um longo embate do governo estadual com a categoria. Ao fim, na última semana, quando foi aprovado o pagamento, os juros e correções não foram incluídos. De acordo com Rui, a legislação impediu que isso ocorresse. 

“A Lei de Responsabilidade Fiscal e a lei eleitoral impedem que, durante o último ano do meu mandato, eu faça qualquer pagamento adicional a servidor público que não esteja estritamente em decisão judicial e que eu não seja obrigado a pagar, porque a lei prevê que no último ano o governador não pode fazer gastos extras de pessoal. Então eu estava impedido legalmente”, explicou.