Diagnósticos de câncer reduzem no Brasil durante pandemia
Levantamento aponta queda de 40%
Foto: Reprodução/ SES
Um levantamento feito pelo Instituto Oncoguia e pela farmacêutica Roche, apontou que o Brasil registrou queda no número de exames usados para o diagnóstico de câncer em 2020, durante o primeiro ano da pandemia de Covid-19. Os dados foram compilados do Departamento de Informática do SUS (DATASUS). A realização de biópsia teve redução de 39,1% em relação ao ano anterior (737,8 mil contra 449,2 mil).
"O paciente que precisa fazer a biópsia já tem alguma coisa, não é um paciente que está indo fazer um exame para monitorar sua própria saúde. O melhor cenário é a biópsia falar que aquilo é benigno, mas do contrário, não. Tudo indica que a gente já está falando de um câncer", diz a fundadora do Oncoguia, Luciana Holtz, que se diz preocupada com o número de potenciais pacientes com suspeita de câncer.
O câncer mais frequente em mulheres no país é o de mama, que atingiu 66,3 mil casos em 2020, que requer a mamografia como forma de prevenção e diagnóstico. Porém, apesar no número alto, as mamografias de rastreamento caíram 49,8%, enquanto as de diagnóstico reduziram 27,2%.
Holtz alerta para os problemas que a saúde pública pode viver no pós-pandemia com tantos casos de câncer represados por ausência de diagnóstico e tratamento prévio.
"Vamos enfrentar uma epidemia de câncer em estágio avançado, o que já é uma realidade no Brasil. A gente já tem até estudos científicos que falam que muito provavelmente haverá um aumento da mortalidade na oncologia. Oncologistas já relatam que pacientes estão chegando com a doença avançada", diz.
"Se você está inseguro [por causa da covid-19], entre em contato com a sua instituição [de saúde] e pergunte sobre os protocolos de segurança", recomenda.