Dino diz que não demitirá funcinários que receberam “dama do tráfico”

O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse, nesta sexta-feira (17), em visita ao Ceará, que não demitirá os secretários envolvidos no caso das visitas da “dama do tráfico” à sede do ministério. Para o titular a pasta, não houve crime por parte dos funcionários. Luciane Barbosa Farias realizou encontros com o secretário de Políticas Penais, Rafael Velasco; o secretário de Assuntos Legislativos, Elias Vaz e a coordenadora do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, Tamires Sampaio. 

Luciane é esposa de Clemilson dos Santos Farias, conhecido como “Tio Patinhas”, preso em dezembro de 2022. Ela e o marido foram condenados em segunda instância por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa.

“Os secretários praticaram algum crime? Beneficiaram o Comando Vermelho em que?”, questionou Dino em agenda no Ceará. “Eu confio na minha equipe e eu não demito secretário de modo injusto. Porque, se eu fizesse isso, quem ia se desmoralizar não era o secretário, era eu”.

Ele ainda disse que não tem domínio sobre a agenda dos secretários e classificou a reação da oposição a um “desespero político”.

Dino também comentou os pedidos e Impeachment. “Como eu vou sofrer um suposto impeachment, que acham que é no Congresso, mas não é. É no Supremo, por um ato que não é meu. Um ato que não é criminoso”, disse.

A suspeita de envolvimento com o tráfico viajou a Brasília em março deste ano, representando a ONG Liberdade da Amazônia em agendas na capital. A viagem dela foi paga pelo Ministério dos Direitos Humanos e custou quase R$ 6 mil.