Dino pode decidir sobre demarcação de terras indígenas antes de assumir STF
Ministro deve seguir decisão do STF sobre o marco temporal e definir entendimento sobre 10 territórios
Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Após a recente derrota do governo no Congresso Nacional, que resultou na derrubada dos vetos do presidente Lula (PT) sobre o marco temporal das terras indígenas, o ainda ministro Flávio Dino está prestes a decidir sobre a demarcação de 10 territórios antes de assumir a cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF).
Os processos para oficializar esses territórios já repousam na mesa do Ministério da Justiça e Segurança Pública, aguardando análise por meio de portaria declaratória. Uma vez concluído esse procedimento, os documentos seguirão para a sanção presidencial. O Ministério dos Povos Indígenas enviou o ofício ao ministro ainda em outubro, durante os debates no Congresso sobre o marco temporal.
Flávio Dino, que assumirá o cargo no STF em fevereiro, reafirmou sua posição de seguir o entendimento da Corte, que rejeitou a tese de considerar como terra indígena aquelas ocupadas até 5 de outubro de 1988.
No entanto, a decisão de Dino pode ser contestada assim que ele entrar na Corte, já que o governo federal anunciou a intenção de judicializar a derrubada do veto de Lula, levando o assunto novamente ao STF.
Lista das terras indígenas que podem ser oficializadas:
- Tumbalalá, em Abaré e Curaçá (BA);
- Tupinambá de Belmonte, em Belmonte (BA);
- Barra Velha do Monte Pascoal, em Itamaraju, Porto Seguro e Prado (BA);
- Kanela Memortumré, em Barra do Corda e Fernando Falcão (MA);
- Wassú-Cocal, em Joaquim Gomes, Colônia Leopoldina, Matriz de Camaragibe e Novo Lino (AL);
- Pontal dos Apiacas, em Apiakás (MT);
- Paukalirajausu, em Nova Lacerda e Vila Bela da Santíssima Trindade (MT);
- Tapy’i/Rio Branquinho, em Cananeia (SP);
- Menkü, em Brasnorte (MT);
- Votouro-Kandóia, em Faxinalzinho e Benjamin Constant do Sul (RS).