Diplomatas acreditam que a Rússia enviou um recado para o Brasil a respeito da Bolívia
Putin e Bolsonaro se encontram nesta semana em reunião do Brics
Foto: Alan Santos/PR
Em comunicado enviado nesta segunda-feira (11), os russos pediram para que os países sul-americanos demonstrem "bom senso" e atuarem de "forma responsável" referente a situação em que está na Bolívia.
Tal comunicado foi interpretado por diplomatas brasileiros que a mensagem estava direcionada ao Brasil e os Estados Unidos, já que ambos não consideraram a renúncia de Evo Morales como um golpe. Já os russos defenderam o ex-presidente boliviano, condenando o movimento como um golpe de estado.
"Causa profunda preocupação que a vontade do governo de buscar soluções construtivas, com base no diálogo, foi rejeitada por eventos que tem um padrão de um golpe de estado orquestrado", disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
Em sua conta oficial do Twitter, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse que o Brasil continua apoiando a democracia.
Não há nenhum golpe na Bolívia. A tentativa de fraude eleitoral maciça deslegitimou Evo Morales, que teve a atitude correta de renunciar diante do clamor popular. Brasil apoiará transição democrática e constitucional. Narrativa de golpe só serve para incitar violência.
— Ernesto Araújo (@ernestofaraujo) 11 de novembro de 2019
O presidente russo Vladmir Putin afirmou nesta segunda que irá discutir o tema com o presidente Jair Bolsonaro nesta semana, quando acontecerá a cúpula do Brics em Brasília nesta quarta-feira (13) e quinta-feira (14).
Putin terá uma sessão separada com Bolsonaro durante a quinta-feira, assim como, o presidente brasileiro terá com os outros líderes da cúpula, composta por Índia, China e Africa do Sul, além da Rússia e do próprio Brasil.
“Com Bolsonaro já houve uma reunião em Osaka. Agora será uma conversa mais profunda. A agenda será fundamentalmente bilateral e, é claro, questões internacionais e regionais também serão tocadas, levando em conta a situação na Bolívia”, afirmou Yuri Ushakov, assessor presidencial para Assuntos Internacionais.