Diretor da Polícia Federal critica criação de nova agência de combate a facções
Andrei Rodrigues defendeu que a PF já exerce a função

Foto: José Cruz/Agência Brasil
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, criticou nesta quarta-feira (27) a proposta do governo federal de instituir uma agência nacional para enfrentar facções criminosas. Segundo ele, a atribuição já é exercida pela própria corporação.
“Enquanto alguns, por interesses desconhecidos, querem criar uma nova agência para combater o crime organizado, a minha resposta é muito direta: essa agência já existe, ela é a Polícia Federal”, declarou durante a cerimônia de posse do novo superintendente da PF no Amapá.
A ideia surgiu dentro do chamado “Plano Real da Segurança”, projeto em elaboração pelo governo que reúne medidas para enfrentar organizações como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). Diante da reação da PF, o Executivo recuou e a criação da agência foi retirada do plano.
Rodrigues ressaltou que a Polícia Federal já conduz operações integradas em todo o território nacional em cooperação com parceiros nos 26 estados e no Distrito Federal.
O “Plano Real da Segurança”, faz referência ao Plano Real criado em 1990 para resolver problemas econômicos no país. O atual projeto prevê 12 pontos de alteração legislativa. Entre eles estão:
criação de um banco nacional para mapear facções e seus integrantes, além da agência nacional para combatê-los;
aumento de penas para crimes ligados a essas organizações, incluindo promoção, criação ou financiamento;
novas regras de punição para agentes públicos e empresas que colaborarem com facções;
mudanças na progressão de pena para condenados vinculados a tais grupos.