Diretor do BNDES pede afastamento do cargo após crise entre setores

O diretor de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), André Laloni, anunciou nesta sexta-feira (11) que irá tirar licença do cargo por motivos pessoais.

Segundo o BNDES, o setor de técnicos da área responsável pela gestão da carteira de participações acionárias e os diretores do banco estavam tendo desentendimentos e dificuldades de consenso para decidir uma melhor alternativa de agilizar as vendas de ações do banco.

Laloni, que assumiu o cargo no final de agosto, tinha o papel de ser o responsável pode liderar a equipe que iria alavancar as vendas da carteira de participações societárias para este ano, de acordo com o que foi proposto pelo presidente do banco, Gustavo Montezano.

Segundo o Estadão, Laloni teria se chateado após seus colegas não apoiarem o diretor no embate em torno da mudança de normativos internas, materializado na tentativa do BNDES de aderir à oferta pública de ações do Banco do Brasil (BB) de posse do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS), feita pela Caixa Econômica Federal.

Confirmada na semana passada, a oferta movimentará R$ 5,7 bilhões, incluindo na venda do próprio BB, que cederia cerca de R$ 1 bilhão em ações do BB de posse da União, que estão com o banco de fomento para serem vendidas.

Um dos pontos chaves na crise nos setores internos do BNDES, foi quando a superintende da Área Jurídica Operacional, Luciana Tito, não aceitou a proposta de Laloni por causa das regras internas que inviabilizavam a inclusão do lote de ações da União naquela oferta, o que teria causado descontentamento no comando do BNDES.

Quem assume o lugar de Laloni, que poderá ficar afastado por até 60 dias, é o diretor de Privatizações, Leonardo Cabral.