Dívida de Cuba e Venezuela com o BNDES chega a R$ 3,5 bilhões
88% do total de R$ 54,5 bilhões em desembolsos aconteceram entre 2007 e 2015

Foto: Reprodução/Agência Brasil
A dívida de Cuba e da Venezuela com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) chegou a R$ 3,539 bilhões (US$ 682 milhões). No período dos governos dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, os empréstimos concedidos pela instituição brasileira para financiamento de obras nos dois países atingiram R$ 10,9 bilhões (US$ 2,1 bilhões).
Segundo alegação oficial desses governos, os investimentos no exterior dariam oportunidades para empresas brasileiras. O programa de financiamento à exportação de serviços de engenharia favoreceu construtoras brasileiras em países aliados do governo, mas gerou dívidas, atrasos de pagamento e calotes.
Mesmo que o programa tenha sido criado em 1998, 88% do total de R$ 54,5 bilhões (US$ 10,5 bilhões) em desembolsos aconteceram entre 2007 e 2015. No geral, foram realizadas obras em 15 países, em 148 operações com prazo médio de 11 anos e dois meses para pagamento dos financiamentos. O maior prazo foi para Cuba, de 25 anos, no projeto do Porto de Mariel. A Venezuela foi beneficiada com a menor taxa de juros, de 1,2%.
A partir de janeiro de 2018, surgiram inadimplência em relação aos pagamentos desses dois países, e o banco precisou acionar o seguro do FGE (Fundo de Garantia à Exportação), uma medida para cobrir calotes em operações de empresas nacionais fora do país.