Coronavírus

Doenças associadas à síndrome pós-Covid-19 devem impulsionar busca por saúde pública

Especialistas apontam que sintomas persistentes criam necessidade de atendimentos e reabilitação

Por Da Redação
Ás

Doenças associadas à síndrome pós-Covid-19 devem impulsionar busca por saúde pública

Foto: Reprodução/O Popular

As várias sequelas neurológicas, cardíacas, pulmonares, renais e metabólicas observadas em pessoas diagnosticadas com Covid-19, o que cientistas estão chamando de Covid longa ou síndrome pós-Covid, devem se tornar um desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo. Isso porque a síndrome caracterizada por um conjunto de sinais e sintomas que podem persistir após o diagnóstico da Covid-19 leva à necessidade de tratamentos e reabilitação.

Uma pesquisa publicada na revista Nature em abril indica que a Covid longa deverá ter um grande impacto no sistema de saúde dos Estados Unidos nos próximos anos. O levantamento realizado pela Universidade de Washington, com 87 mil pessoas infectadas pelo novo coronavírus, confirmou que, apesar de ser inicialmente um vírus respiratório, as sequelas podem afetar quase todos os sistemas orgânicos do corpo.

Os autores avaliaram 379 diagnósticos de doenças possivelmente relacionadas à Covid-19 no país. Para esses pacientes, foram prescritas 380 classes de medicamentos e realizados 62 tipos de exames laboratoriais. Diante de tal proporção, o coordenador do estudo, Ziyad Al-Aly, escreveu que "não é exagero dizer que as consequências de longo prazo da Covid-19 para a saúde serão a próxima grande crise de saúde dos Estados Unidos”. 

Ainda não há dados sobre as consequências da síndrome pós-Covid no Brasil, mas, segundo especialistas, há a tendência de que ela possa sobrecarregar ainda mais o Sistema Único de Saúde (SUS).

A presidente da Abrasco ressalta que a lotação de hospitais por causa da pandemia represou demandas e atrasou tratamentos de pacientes com câncer e de doentes crônicos, que tiveram cirurgias canceladas ou atendimentos adiados. Silva diz que esta população sofrerá ainda mais com a falta de recursos se aumentar o montante de pessoas com sequelas.

Para Gustavo Matta, pesquisador da Escola de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Brasil deveria seguir os exemplos dos países que estão se preparando para as novas necessidades, como os do Reino Unido, a Alemanha e os Estados Unidos, que primeiro incentivaram o distanciamento social e hoje investem na vacinação em massa para contenção do vírus.

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