Dona de bordel de luxo francês, vai ganhar cinebiografia
A cafetina reinou durante cerca de 20 anos sobre uma rede de 500 prostitutas e alguns garotos de programa que cobravam por uma noite entre 10 mil e 15 mil francos (1.500 a 2.300 euros)

Foto: Arquivo
A famosa cafetina de luxo Fernande Grudet, mais conhecida como Madame Claude, será retratada em uma cinebiografia dirigida pela cineastra francesa Sylvie Verheyde. Grudet, que morreu em 2015, administrou a maior rede de prostituição em Paris nos anos de 1960 e tinha como clientes nomes poderosos como o presidente norte-americano John Kennedy, o ator Malon Brando, o magnata Aristóteles Onassis e o cantor Frank Sinatra. O longa está em fase de produção e Sylvie pretende retratar Madame Claude como um ícone feminista: “A minha mãe deixou a cidade natal e mudou para Paris tendo Madame Claude como referência de sucesso”, contou a diretora ao jornal francês ‘Le Monde’. Em 1977, a vida de Madame Claude também foi parar nas telonas com direção de Just Jaeckin.
Madame Claude reinou durante cerca de 20 anos sobre uma rede de 500 prostitutas e alguns garotos de programa que cobravam por uma noite de sexo entre 10 mil e 15 mil francos (1.500 a 2.300 euros), deixando uma comissão de 30%.
A rede utilizava mulheres que nada se pareciam com prostitutas para atender clientes das mais altas esferas: políticos e chefes de Estado franceses e estrangeiros, como o Xá do Irã, John F. Kennedy, celebridades do cinema e homens de negócios como o patrão da Fiat Giovanni Agnelli.
Durante seu reinado, "Madame Claude" foi protegida por parte da brigada policial encarregada de combater a prostituição e até pelo serviço de contraespionagem.
Com a chegada de Valéry Giscard d'Estaing à presidência da França e o reforço do combate à prostituição em meados dos anos 1970, caiu a rede de proteção e "Madame Claude" foi condenada e detida várias vezes até os anos 1990