Dose de reforço da Pfizer após cinco meses mantém proteção contra casos graves da Covid-19
Informação consta em estudo publicado na revista científica The Lancet
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Um levantamento publicado no fim de outubro na revista científica "The Lancet" aponta que repetir a vacina da Pfizer na dose de reforço mantém a proteção contra casos graves da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O intervalo usado no estudo é o mesmo que foi anunciado pelo Ministério da Saúde na última terça-feira (16): a pasta estabeleceu que o reforço será aplicado 5 meses após a segunda dose.
O estudo, feito em Israel, observou 1,4 milhão de pessoas que haviam recebido ou não a dose de reforço 5 meses após as duas primeiras doses. Apenas a vacina da Pfizer é aplicada no país, ou seja: todos os vacinados receberam três doses da mesma vacina. Após a análise, os cientistas observam que o momento em que se atinge a proteção máxima contra a Covid-19 após a dose de reforço ainda é desconhecido: eles escolheram o período de 7 dias após o reforço com a justificativa de que esse período era semelhante ao usado para definir a vacinação completa após a segunda dose.
"Nossa escolha é apoiada por altas concentrações de anticorpos em indivíduos 7 dias após a administração da terceira dose", afirmam no estudo. "É possível, entretanto, que algum grau de proteção comece mais cedo".
Os cientistas apontam ainda que "embora um aumento na produção de anticorpos possa ser identificado nos dias 3-5 após a administração da segunda dose de vacinas de RNA mensageiro contra o Sars-CoV-2, para outras vacinas (por exemplo, influenza), anticorpos e células secretoras de anticorpos são detectados já no dia 2 após uma dose de reforço". Além disso, eles afirmam que uma resposta rápida do sistema imunológico pode "potencialmente prevenir infecções" em pessoas que tenham sido expostas ao vírus pouco antes da terceira dose. Uma observação importante é que as pessoas em Israel receberam as duas primeiras doses com um intervalo de 21 dias.
Brasil
Na terça-feira (16), o Ministério da Saúde anunciou que todos com 18 anos ou mais deverão receber uma dose de reforço da vacina contra a Covid-19. A dose adicional deverá ser recebida da seguinte forma:
*5 meses depois da segunda dose (antes, a recomendação da pasta era de um espaçamento de 6 meses);
*de preferência, deverá ser dada uma vacina diferente da que foi aplicada nas duas primeiras doses;
*preferencialmente, o reforço deverá ser feito com a vacina da Pfizer. Se ela não estiver disponível, a pessoa poderá receber a AstraZeneca ou Janssen.