Economia brasileira está "rebatendo" crise causada pela Covid-19, diz Guedes
Ministro afirma que PIB do Brasil vai cair menos que 4% em 2020

Foto: Luiz Macedo/Câmara dos Deputados
Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, a economia brasileira está "rebatendo" a crise causada pela pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, de forma mais rápida do que o esperado. Guedes disse ainda nesta quarta-feira (9), durante um evento promovido pelo Credit Suisse, que, devido a boa recuperação, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil vai cair menos que 4% neste ano.
"Eu esperava uma recuperação como se fosse um V partido, mas está vindo mais rápido até do que eu antecipava. As primeiras estimativas eram que o Brasil caísse 10% e agora está todo mundo revisando suas projeções. Está entre 4% e 5%, a maioria está pela metade. E eu ainda acho que vamos surpreender, que vai ser menor do que isso, porque estamos voltando forte", afirmou Guedes.
Ainda de acordo com o ministro, o ritmo da recuperação econômica brasileira só perde para o da China. Guedes afirmou que o responsável por essa retomada é o impacto positivo de programas emergenciais lançados em meio à pandemia, como o auxílio emergencial, o Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm).
Segundo a equipe econômica, o pior da crise já ficou para trás e o Brasil já está em recuperação. Por isso, o governo deve revisar a projeção oficial para o PIB de 2020 nas próximas semanas."Todos os dados mostram que o Brasil está rebatendo realmente [a crise]", reiterou o ministro.
Atualmente, a projeção oficial é de um tombo de 4,7%. Mas, de acordo com Guedes, o governo deve reduzir a previsão. Mesmo que tenham deixado para trás as estimativas mais pessimistas de quedas de 9%, os analistas ainda calculam uma queda de 5,31% para o PIB do Brasil em 2020, devido aos impactos da crise do novo coronavírus.
Reformas
Guedes também se mostrou otimista sobre a recuperação econômica e fiscal do Brasil nos próximos anos. Ele alegou que, após a Covid-19, o Brasil está focado em retomar as reformas econômicas, as privatizações e o pacto federativo. De acordo com o ministro, o pacto vai quebrar o piso do teto de gastos ao desindexar receitas e, dessa forma, vai parar de empurrar as contas públicas contra o teto permitindo que a classe política gerencie o orçamento.