El Niño tende a terminar entre abril e junho, aponta Agência Nacional de Águas
A 7ª edição do Painel El Niño 2023-24 indica uma transição do fenômeno para condições neutras
Foto: Agência Brasil
O fenômeno El Niño, responsável pela elevação da temperatura da superfície do mar desde 2023, deve terminar entre abril e junho de 2024, segundo uma projeção divulgada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O boletim é produzido pela ANA em parceria com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD).
Caracterizado pelo aquecimento da superfície do Oceano Pacífico, o fenômeno altera os padrões de circulação atmosférica em todo o planeta, o que resulta em efeitos climáticos em todas as regiões do Brasil.
De acordo com ANA, desde junho do ano passado, o El Niño apresentou uma faixa de águas quentes em grande parte do Pacífico equatorial. Apesar de apresentar atividade anômalas desde agosto, o fenômeno mostra sinais de enfraquecimento em relação a meses anteriores.
O relatório, que está na sua sétima edição, aponta que os modelos climáticos sugerem o enfraquecimento do El Niño e a transição para condições neutras – sem este fenômeno e sem o La Niña – com valores de anomalia da superfície do mar inferiores a 0,5ºC. As projeções do International Research for Climate and Society (IRI) indicam que essa neutralidade deve ser atingida no 2º trimestre de 2024, entre abril e junho.
Ainda segundo o boletim, nos três meses, a previsão indica maior probabilidade de chuva abaixo da faixa normal entre o centro, norte e leste do Brasil. Já em parte da região Sul, de Mato Grosso do Sul, São Paulo, e uma pequena parte de Minas Gerais, Roraima e Amazonas, a previsão é de maior probabilidade de chuva acima da faixa normal.
Parte do centro e norte, assim como em grande parte do país, tem probabilidade de temperaturas acima do normal nesse período.
Ainda de acordo com as projeções do IRI, há a probabilidade de 62% para formação do fenômeno La Niña no 3º trimestre (entre julho e setembro) de 2024. Diferente do El Niño, o La Ninã consiste no resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico, sendo responsável por chuvas fortes no Norte e Nordeste do Brasil, e secas no Sul.