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Eleger Lula seria ‘mensagem ao país de que o crime compensa’, diz Sergio Moro

A declaração foi feita nesta quarta-feira (26) em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News

Por Da Redação
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Eleger Lula seria ‘mensagem ao país de que o crime compensa’, diz Sergio Moro

Foto: Reprodução/Agência Brasil

O senador eleitor pelo Estado do Paraná, Sergio Moro (União), destacou, nesta quarta-feira (26), o apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua chegada ao Congresso Nacional após ter sido ministro da Justiça e Segurança Pública e juiz da operação Lava Jato.

Em entrevista para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, Moro citou sua independência em meio aos dois candidatos à Presidência, mas pontuou que é essencial escolher um lado no segundo turno eleitoral, já que a polarização entre eles se confirmou.

Como afirmou o ex-juiz, Lula poder disputar a eleição presidencial é um “símbolo máximo” da impunidade no Brasil, já que o ex-presidente foi condenado pela justiça do Paraná – apesar de posteriormente as condenações terem sido anuladas pela Suprema Corte brasileira.

“O Lula foi condenada na operação Lava Jato em três instâncias e, depois, foi beneficiado por uma decisão da segunda turma do Supremo, a meu ver um claro erro judiciário (…) O símbolo máximo da impunidade é essa situação que nós estamos vendo hoje. Por isso que eu me posicionei nesta eleição muito claramente. Eu tenho as minhas divergências com o presidente Jair Bolsonaro. Agora, na minha opinião, é inaceitável a volta do Lula – é claro, ele tem que ser derrotado pelos meios democráticos – porque, no fundo, é uma mensagem ao país de que o crime compensa“, disse.

Questionado se retirava suas críticas dos últimos anos, Moro disse que, apesar de divergências, sua opção considera Lula um candidato pior do que Bolsonaro. "Eu vou ser um senador independente do Paraná. Não tive nenhum apoio do Lula e nem do Bolsonaro. Fui um candidato independente, e eles tinham seus próprios candidatos. Eu mantenho as minhas divergências em relação ao Bolsonaro, não pretendo reescrever o passado".

"Agora, muito claramente, nós estamos em um momento crucial para a República, para a nossa democracia, no qual um candidato, que é o Lula, foi condenado por corrupção em três instâncias e, ali, você tinha uma corrupção vinculada a um esquema de poder. Se fala muito em proteção da democracia, e, realmente, isso é fundamental, entretanto nós tínhamos, ali, um esquema de corrupção que corroía a democracia por dentro", pontuou o ex-juiz.

"O mensalão era a compra de parlamentares por suborno para dar sustentação ao governo federal do Lula. Depois o petrolão, com o entranhamento da corrupção na máquina pública, focado na Petrobras, mas não somente, para arrecadar suborno, para diretores da Petrobras e para partidos e agentes políticos. Os três principais diretores foram nomeados pela caneta do senhor Lula. Então, eu me posiciono contra esse projeto de poder que está manchado por escândalos de corrupção", disse Moro.

"Além disso, tenho o entendimento de que a pauta econômica do PT não é condizente com uma economia moderna. Tenho receio do que pode acontecer com o país, do ponto de vista econômico, e basta a gente olhar par ao nosso vizinho, a Argentina, com uma inflação de 60% com pauta econômica muito semelhante àquela defendida pelo PT e pelo Lula. Então, estou me posicionando, apoiando um candidato, em virtude dos vícios do outro candidato. Antes, eu lutei por uma terceira via e, inclusive, apresentei o meu nome para ter uma alternativa. Eu sou contra essa polarização, mas ela tendo se firmado no segundo turno, é necessário fazer uma escolha. Acho que o projeto do PT seria desastroso tanto do ponto de vista moral quanto do econômico para o Brasil”, comentou o senador.

Ainda segundo Moro, sua futura posição no Senado Federal será uma “oposição construtiva”, afirmando que deverá votar junto do governo em projetos que considerar positivos para o país.

“Serei uma oposição construtiva. Se houver projetos que sejam benéficos ao país e à população brasileira, podem contar comigo qualquer um que seja eleito. Agora, eu vejo com dificuldade que venham coisas muito positivas de um eventual governo do PT, porque, por exemplo, as pautas do PT ainda são da década de 1980, contra privatizações, contra a abertura da economia, a favor da intervenção do Estado. E a gente viu como essa história acaba, com maior recessão da história do país em 2016. Agora, pautas da ética, do combate à corrupção, eu tenho minhas pautas, defendo a volta da prisão em segunda instância, vou defender a autonomia da Polícia Federal, a existência de um Ministério Público independente, sou favorável a uma reforma da justiça, além de agendas modernizantes, como reforma tributária, reforma administrativa, que são importantes para a gente destravar a economia do país”, pontuou.

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