ELN anuncia cessar-fogo temporário para realização das eleições na Colômbia
Presidente Iván Duque interrompeu negociação com rebeldes em 2019 e recusa acordo

Foto: Reprodução/Wikimedia Commons
O Exército de Libertação Nacional (ELN), última guerrilha reconhecida da Colômbia, anunciou nessa segunda-feira (16), um cessar-fogo temporário, de dez dias, para realização do primeiro turno da eleição presidencial do país. O pleito está agendado para acontecer no dia 29 de maio.
O atual presidente da Colômbia, Iván Duque, manteve negociações de paz até 2019 com o ELN, mas interrompeu após um ataque com explosivos a uma escola militar em Bogotá.
"Decretamos um cessar-fogo unilateral, a partir da 00h de 25 de maio até as 24h de 3 de junho, para que quem quiser votar faça isso com tranquilidade", afirmou o ELN em um comunicado.
Segundo o grupo, a decisão acontece como forma de gerar "um ambiente político melhor, antes de saber quem poderá ser o candidato vencedor". Atualmente, ex-guerrilheiro Gustavo Petro lidera as pesquisas no país, já o mandato de Duque vai até agosto.
A trégua "abrange as Forças Militares e de polícia do governo", de acordo com a nota. "Reservamo-nos o direito de nos defender, em caso de sermos atacados", acrescentam.
O presidente é contra o acordo que desarmou os guerrilheiros das então Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), em 2017, e se recusa a negociar com os rebeldes. Até o momento, o chefe do Executivo não comentou o anúncio do cessar-fogo.
Eleições
Atualmente, as pesquisas eleitorais da Colômbia apontam para um segundo turno, previsto para 19 de junho, entre Petro, ex-guerrilheiro que lutou contra o Estado até assinar a paz, em 1990; e o direitista Federico Gutiérrez, que promove um combate frontal contra a guerrilha.
Durante as eleições legislativas e primárias partidárias, que aconteceram em 13 de março, o ELN também pausou as atividades por seis dias para permitir o pleito.