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Em 2016, Associação afirma que já havia genocídio de índios Yanomamis

Problema antigo e negligenciado tornou-se pauta de discussões no últimos dias

Por Da Redação
Ás

Em 2016, Associação afirma que já havia genocídio de índios Yanomamis

Foto: Reprodução/Instagram/urihiyanomami

Embora tenha sido exacerbada nos últimos quatro anos, a barbárie vivenciada pelos indígenas Yanomamis, em Roraima, antecede o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em 2016, uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA), já evidenciava as condições desumanas a que esses indígenas estão submetidos. 

Além da omissão por parte dos governos, inclusive do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua sucessora Dilma Rousseff (PT), em relação às políticas públicas assistenciais, o garimpo ilegal também é um problema que prejudica os indígenas da região. De acordo com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, a Terra Indígena Yanomami (TIY) está entre as que possuem maior área invadida por garimpeiros.

Um dos maiores impactos na saúde decorrentes da atividade extrativista ilegal é devido ao uso de mercúrio para separar o ouro de demais sedimentos. Isso acontece porque o metal pesado é jogado nos rios, onde se dissemina pelas águas e chega aos indígenas por meio da ingestão de peixes contaminados. A situação é alarmante já que uma das principais fontes de alimentação dos povos na região é pela pesca.

Na última segunda-feira (23), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, confirmou à BBC News que o garimpo ilegal é a principal causa da crise sanitária que vem sendo exposta na terra Yanomami. Entre 1986 e 1990, estima-se que 20% da população (1.800 pessoas) morreu em função de doenças e violências causadas por garimpeiros que invadiram suas terras.

Mais de 30 anos depois, consequentemente, um problema antigo e negligenciado tornou-se  irreversível. O Ministério da Saúde estima que, nos últimos quatro anos, 570 crianças Yanomami morreram de fome ou em decorrência de contaminação por mercúrio, por conta do garimpo ilegal. E mais de cinco mil estão desnutridas ou passam fome.

Genocídio

Nos anos de 1990, a invasão crescente do garimpo culminou em um episódio de grande repercussão mundial. Em julho de 1993, garimpeiros invadiram uma aldeia Yanomami e assassinaram a tiros e golpes de facão cerca de 16 indígenas, entre eles idosos, mulheres e crianças. Conhecido como o Massacre de Haximu, foi o primeiro caso julgado pela Justiça brasileira no qual os réus foram condenados por genocídio.

Em documento publicado em 2016 (veja aqui), a Associação Hutukara Yanomami (HAY) chama atenção para o genocídio dos indígenas da região. O garimpo continua sendo uma ameaça à vida dos Yanomami e Ye’kwana. Desde 2014, a invasão de seus territórios cresce e elimina diversas vidas.  

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