Em 22 anos, 20 jornalistas foram mortos por forças de Israel
Ninguém foi punido pelas mortes
Foto: Reprodução/Twitter
Israel falhou em responsabilizar qualquer pessoa pela morte de 18 jornalistas palestinos e dois estrangeiros nos últimos 22 anos, de acordo com um relatório publicado nesta semana pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).
No relatório "Padrão Mortal", o CPJ revela que desde a morte de Muhammad al-Bishawi, um jornalista da cidade de Nablus, em um ataque aéreo israelense em julho de 2001, as forças israelenses não responsabilizaram ninguém pelo assassinato de nenhum jornalista.
O relatório foi encomendado para o primeiro aniversário do assassinato da jornalista palestina-americana da Al Jazeera Shireen Abu Akleh pelas forças israelenses na cidade ocupada de Jenin, na Cisjordânia, enquanto cobria um ataque à cidade.
Robert Mahone, diretor de projetos especiais do CPJ e um dos editores do relatório, disse em um comunicado: "O assassinato de Shireen Abu Akleh e o fracasso do processo investigativo do exército em responsabilizar alguém não é um evento isolado".
"É parte de um padrão de resposta que parece projetado para fugir da responsabilidade. Nenhum membro da IDF foi responsabilizado pelas mortes de 20 jornalistas por fogo militar israelense nos últimos 22 anos", disse.
O caso de Abu Akleh chocou o mundo e provocou protestos contra Israel em vários países, incluindo de aliados como os EUA.
O relatório também criticou Israel por impedir o trabalho dos jornalistas e difamar os mortos como "terroristas" e por destruir a infraestrutura da mídia, principalmente o bombardeio e a demolição completa do edifício al-Jalaa de 12 andares em 15 de maio de 2021 na Faixa de Gaza, que incluía os escritórios da Associated Press e da Al-Jazeera.