Em 25 anos, mais de 70% dos governadores tiveram segundo mandato
Desde 1998, foram mais de 100 tentativas para reeleição
Foto: Abdias Pinheiro/SECOM/TSE
Um levantamento da CNN, com informações eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), divulgado neste domingo (31), mostra que em 25 anos, mais de 70% dos governadores conseguiram se reeleger. A permanência no cargo por mais um período foi liberada com a aprovação da Emenda Constitucional nº 16, em 1998.
Desde a aprovação, foram mais de 100 tentativas nos governos estaduais, 71 obtiveram sucesso. As unidades da federação que mais reelegeram foram Amazonas, Maranhão, Piauí, Roraima e Sergipe, com quatros reeleições em seis pleitos estaduais. O Rio Grande do Sul nunca reconduziu um governador. Em seguida, Distrito Federal e Espírito Santo reelegeram apenas uma vez um chefe do Executivo estadual.
Alguns governadores já conseguiram se reeleger em dois períodos diferentes. Geraldo Alckmin (PSB), assumiu pela primeira vez em 2001, em São Paulo com a morte de Mário Covas (PSDB), e se reelegeu no ano seguinte.
Em 2010, Alckmin foi eleito novamente para o cargo. Quatro anos depois teve sua segunda reeleição. Outro exemplo é o Marconi Perillo (PSDB), em Goiás, também se manteve no cargo em 2002 e 2014. No Piauí, Wellington Dias (PT) foi reconduzido em 2006 e 2018, assim como Waldez Góes (PDT), no Amapá.
No Maranhão, Roseana Sarney conseguiu o segundo mandato consecutivo em 1998, pelo então PFL e depois em 2010, pelo PMDB.
O PFL se tornou o Democratas que recentemente se fundiu com o PSL e formou o União Brasil. Já o PMDB é atualmente chamando de MDB.
Reeleição em 2022
Cerca de 20 governadores devem buscar a reeleição, nas eleições de outubro deste ano. No Tocantins, por exemplo, Wanderlei Barbosa (Republicanos) é considerado candidato à reeleição, mesmo tendo assumido definitivamente em março deste ano, após renúncia do então governador Mauro Carlesse (União Brasil).
Entre os governantes atuais que não disputarão o cargo, estão aqueles que não podem se reeleger novamente. São eles: Rui Costa (PT-BA), Paulo Dantas (MDB-AL), Paulo Câmara (PSB-PE), Belivaldo Chagas (PSD-SE), Reinaldo Azambuja (PSDB-MS) e Antônio Waldez Góes (PDT-AP), que foram eleitos pela primeira vez em 2015, portanto, não podem pleitear o cargo pela terceira vez seguida.
Regina Souza (PT), que assumiu o cargo em março desse ano após Wellington Dias (PT) renunciar para concorrer ao Senado pelo Piauí, não quer buscar a reeleição.
No Ceará, Izolda Cela (PDT), atual governadora teria o direito de tentar a recondução, mas por escolha do partido não irá concorrer. Roberto Cláudio, ex-prefeito de Fortaleza, será o candidato pedetista no estado. Após a decisão, ela pediu sua desfiliação ao PDT.
Eduardo Leite (PSDB) também concorre à reeleição, apesar de ter renunciado ao comando do Rio Grande do Sul em março. Ele não pode pleitear o cargo novamente em 2026. Isso não impede que ele concorra ao governo de seu estado em outras eleições – e até mesmo tente a reeleição no ano subsequente.