Em cerimônia de posse no TSE, Fachin pede respeito ao resultado das urnas
"Mais do que reconhecer a dignidade do outro, é também proteger o avanço civilizatório", afirmou presidente do órgão

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Na noite desta terça-feira (22), o ministro Edson Fachin tomou posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na mesma ocasião, o ministro Alexandre de Moraes foi empossado vice-presidente. A cerimônia também marcou a despedida do ministro Luís Roberto Barroso, que está à frente do TSE desde maio de 2020.
Ambos foram eleitos para os cargos, por meio de votação em urna eletrônica, no dia 17 de dezembro do ano passado.
Fachin conduzirá o TSE até 17 de agosto deste ano, quando completará o segundo biênio como integrante efetivo do Tribunal. Nesses seis meses, a gestão dará continuidade ao processo de preparação das eleições, iniciado com o “Ciclo de Transparência Democrática — Eleições 2022”, realizado em outubro do ano passado a partir da abertura dos códigos-fonte do sistema eletrônico de votação, um ano antes do pleito.
"Assumo a honrosa posição de Presidente do Tribunal Superior Eleitoral. São mais de trinta anos de Estado de Direito democrático à luz da Constituição de 1988; governos e governantes sucederam e foram sucedidos; alçamos a maturidade democrática nessas três décadas com enorme ganho institucional", foram as primeira palavras de Fachin, em um longo discurso.
O novo presidente do TSE ressalta que existem "muitos desafios" a serem enfrentados. "O primeiro desafio é proteger e prestigiar a verdade sobre a integridade das eleições brasileiras. O Tribunal Superior Eleitoral tem indisputado histórico de excelência de organização e realização de eleições seguras, corpo técnico multitudinário e capacitado, legitimidade constitucional em suas atribuições", destacou Fachin.
O segundo desafio, no entendimento do magistrado, é o de fortificar as próprias eleições. "Como se sabe, constituem a ferramenta fundamental não apenas a garantir a escolha dos líderes pelo povo soberano, mas ainda para assegurar que as diferenças políticas sejam solvidas em paz pela escolha popular. A democracia é, e sempre foi, inegociável".
Também listou um terceiro desafio, que segundo Fachin, "transcende a Justiça Eleitoral": o respeito ao escore das urnas. "Mais do que reconhecer a dignidade do outro, é também proteger o avanço civilizatório. E é assim que, em nosso país, por meio das seguras urnas eletrônicas, as eleitoras e os eleitores decidem, em conjunto, a pilotagem do futuro e a escolha dos líderes e da orientação geral das políticas públicas.
Sobre este assunto, o agora presidente do TSE afirmou que a transparência das atividades governamentais, a probidade, a responsabilidade dos governos, na gestão pública, o respeito aos direitos sociais e a liberdade de expressão e de imprensa são, "não por acaso, componentes fundamentais do exercício da democracia".
O presidente da República, Jair Bolsonaro, apesar de convidado presencialmente por Fachin, na compareceu. Em ofício envido ao TSE na noite de segunda-feira, o Planalto justificava a ausência do mandatário devido a "compromissos preestabelecidos".