Em coletiva, Rui Costa e ACM Neto criticam ida de Bolsonaro ao STF
Segundo Neto, se não fossem pelas medidas de restrição, o país já teria vivenciado um "genocídio"
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Em uma coletiva conjunta realizada nesta quarta-feira (7), o governador Rui Costa e o prefeito ACM Neto criticaram o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro ao solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a reabertura da economia no país e o relaxamento das medidas de isolamento. Desde o início da pandemia, Bolsonaro tem feito críticas às medidas de isolamento adotadas pelos estados e municípios e participado de eventos e manifestações com aglomerações de pessoas, ações contrárias ás recomendações das organizações mundiais de Saúde.
Rui Costa afirmou que o presidente Bolsonaro não possui "empatia" e "sensibilidade" diante do cenário de empatia e classificou o pedido do presidente como "insanos, irresponsáveis e insensíveis".
"A falta de qualquer empatia, de qualquer sensibilidade do presidente da república para com a vida humana é estarrecedor, é assustador. Talvez se o presidente, ao invés de ir no boteco tomar um cafezinho, ele fosse a alguma unidade hospitalar ou a algum cemitério do Amazonas ou do Pará, ou fosse ver as filas de UTI's que já têm em Pernambuco, a fila de UTI's que se formou no Ceará, talvez ele tivesse alguma sensibilidade [...] Eu tenho confiança no STF que vai manter a sua posição de legitimar as ações dos prefeitos e governadores no sentido de salvar vidas humanas e que, de longe, não vai ceder a esses apelos insanos, irresponsáveis e insensíveis do presidente da república", afirmou Rui.
Já o prefeito ACM Neto lamentou a posição de Bolsonaro e disse que a ida dele ao STF foi "mais um jogo de cena".
"Eu lamento profundamente a posição do presidente, condeno, discordo do presidente. Aliás, não poupei críticas a ele. Todas as vezes que ele condenou o isolamento, que ele quis contestar a possibilidade de prefeitos e governadores tomarem as medidas de restrição ás atividades. Entendo que a ida dele ao Supremo é mais um jogo de cena."
Na declaração, Neto também disse que se não fossem pelas ações tomadas pelos governos e estados, o Brasil já teria vivenciado um "genocídio" e afirmou que os prefeitos e governadores estão "salvando o país", pois "estão tendo a coragem de tomar decisões.
"Se não fossem as ações de prefeitos e governadores em todo o Brasil, nós já teríamos vivenciado um genocídio nesse país. O Brasil seria hoje, a primeira nação do mundo em número de óbitos [...] quem está salvando o país nesse enfrentamento ao coronavírus são prefeitos e governadores que estão tendo a coragem de tomar decisões.
Neto completou dizendo: "Infelizmente, essas atitudes do presidente geram dúvidas na cabeça das pessoas. Se o presidente estivesse trabalhando ao lado de governadores e prefeitos, se houvesse um protocolo nacional, se houvesse um diálogo entre os três entes da Federação, talvez nós já tivéssemos superado as fases mais difíceis e conseguido mais êxito nas medidas de restrição já adotadas [...] Não quero colocar lenha na fogueira, mas é inaceitável esse tipo de postura, enquanto ele vai ao supremo pedir a suspensão das medidas de isolamento, nós estamos aqui trabalhando para salvar a vida das pessoas", afirmou o prefeito.