Em depoimento, Bolsonaro diz que conversou com o ex-chefe da Receita Federal sobre as joias
Joias nviadas pela Arábia Sauditas são avaliadas em R$16,5 milhões
Foto: Carolina Antunes/PR
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou que conversou pessoalmente com o ex-chefe da Receita Federal Júlio César Vieira Gomes sobre as joias enviadas pela Arábia Saudita. A declaração foi dada durante o depoimento no dia 5 de abril e divulgadas pela TV Globo.
As joias avaliadas em R$16,5 milhões foram retidas com a comitiva presidencial no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, em outubro de 2021.
"O declarante [Bolsonaro] solicitou ao ajudante de ordens, coronel Cid, que obtivesse informações acerca de tais fatos; que o ajudante de ordens oficiou a Receita Federal para obter informações; que neste ínterim o declarante estabeleceu contato com o então chefe da Receita Federal, Júlio, cujo sobrenome não se recorda, e salvo engano, determinou que estabelecesse contato direto com o ajudante de ordem; que as conversas foram pessoalmente, pelo o que se recorda", diz um do depoimento feitos de forma remota à Polícia Federal em São Paulo.
O ex-presidente afirmou que foi avisado sobre a existência das joias sauditas entre o final de novembro e o começo de dezembro de 2022, mas que não se lembra quem o avisou sobre os itens. E que é possível que tenha sido alguém ligado ao Ministério de Minas e Energia.
As joias foram recebidas pela comitiva do então ministro Bento Albuquerque. À época em que Bolsonaro alega ter tomado conhecimento dos itens, Albuquerque já não integrava mais o governo. Ele afirmou nunca ter falado com o ex-ministro sobre o assunto.
O ex-presidente também disse que "nunca decidia ou era consultado, ou mesmo opinou, quanto à classificação, entre o acervo público ou privado de interesse público".