Em entrevista, Ives Gandra aponta que STF "se transformou no maior partido de oposição”
Jurista também comentou sobre atuação de Bolsonaro e indicação ao STF
Foto: Reprodução/Revista Oeste
Em entrevista publicada nesta quinta-feira (22) pela Gazeta do Povo, o jurista Ives Gandra não escondeu sua insatisfação e o constrangimento com as decisões tomadas pela Supremo Tribunal Federal (STF) desde o ano passado, a ponto de considerar que, atualmente, a Corte é o maior partido de oposição ao governo federal e se tornou favorável à corrupção.
"Esse (Supremo), infelizmente, perante o povo, está completamente desfigurado, apesar de ter grandes figuras dentro da Corte. É isso que me entristece e me constrange. É isso que me traz desconforto porque, para pessoas que admiro, sou obrigado a criticar aquilo que eles (ministros) estão agindo, da forma como estão agindo", comenta.
O jurista também teceu criticas ao trabalho do Poder Legislativo, dando alguns conselhos ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). "Agora, o presidente (Bolsonaro) poderia falar menos, a primeira observação que eu faço. Porque, como houve, o presidente foi eleito pelas redes sociais e não pela imprensa, o presidente terminou fazendo muitas críticas à imprensa", reforça Gandra.
Por fim, ele também comentou sobre a próxima indicação que Bolsonaro fará ao STF, diante da aposentadoria do decano Marco Aurélio Mello. "Os três nomes que estão aí são grandes nomes. André Mendonça é um belo nome; Humberto Martins, eu tenho livros escritos com ele, talvez três ou quatro; e o meu filho (Ives Gandra Filho), enfim, é o decano do Tribunal Superior do Trabalho, foi presidente de um tribunal com 3,5 mil juízes, 500 desembargadores, 24 tribunais regionais, 27 ministros.", completa.