Em manobra, Centrão inclui artigo que autoriza missões religiosas em territórios de índios isolados
Atual legislação proíbe presença de missões religiosas em territórios ocupados por indígenas
Foto: G.Miranda/FUNAI/Survival
Uma manobra sob liderança de parlamentares integrantes do centrão incluiu um artigo no projeto de lei relacionado as medidas de proteção de índios contra a Covid-19, que torna legal a permanência de missões religiosas que estejam em território ocupado por índios isolados de maneira ilegal. No momento, a legislação brasileira proíbe a presença de missões religiosas em territórios ocupados por índios isolados e de recente contato. Aprovado na última quinta-feira (21), o projeto de lei agora segue para o Senado.
O projeto de lei prevê que o governo tenha a obrigação de fornecer água potável, distribuir material de higiene e desinfecção, equipes multiprofissionais, oferta emergencial de leitos e acesso a testes de identificação do novo coronavírus.
A manobra foi organizada por políticos do centrão ligados à bancada evangélica. Até a última quarta-feira (20), o projeto de lei analisado pelos deputados, previa a prisão por até cinco anos para quem entrasse em território ocupado por isolados sem autorização prévia da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Foi então, que o deputado Wellington Roberto (PL-PB) apresentou uma emenda substitutiva global que alterou o texto, que posteriormente obteve aprovação.
Segundo prevê o projeto, está proibido entrar nas áreas ocupadas por isolados sem autorização da Funai, mas permite que as missões religiosas que já estejam nessas áreas possam prosseguir atuando nelas.