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Em meio à pandemia, Brasil registra alta de 11% no número de assassinatos em março

Foram 4.146 homicídios em março deste ano contra 3.729 no mesmo período de 2019

Por Da Redação
Ás

Em meio à pandemia, Brasil registra alta de 11% no número de assassinatos em março

Foto: Reprodução/ Agência Brasil

Mesmo com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o Brasil teve uma alta de 11% no número de assassinatos em março deste ano, quando registrou 4.146 mortes violentas contra 3.729 no mesmo período de 2019. 

Considerando o período trimestral, foram 11.908 vítimas de assassinatos neste ano contra 10.924 em 2019, uma diferença de 984 mortes.

Depois do Brasil ter tido uma queda de 19% no número de assassinatos em todo o ano de 2019, quando somou 41 mil vítimas, menor número desde 2007, ano em que o Fórum Brasileiro de Segurança Pública passou a coletar os dados.

Esses dados apontam que:

- o país teve 4.146 assassinatos em março de 2020
- houve 417 mortes a mais na comparação com o mesmo mês de 2019, uma alta de 11%
- já no trimestre, foram 11.908 crimes violentos, um crescimento de 9%
- 17 estados do país apresentaram alta de assassinatos no trimestre
- 10 registraram queda no período

Nordeste concentra alta

A diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, citou o estado do Ceará como um dos motivos por trás do aumento de crimes violentos no país. Ela lembrou do motim por parte da Polícia Militar que aconteceu no estado em fevereiro. "Durante a greve, ocorreram 312 mortes, o que corresponde a um terço do crescimento verificado no trimestre no país", afirma Samira.

O Ceará também foi o estado com a maior escalada de violência do Brasil. Nos primeiros três meses do ano, o número de vítimas quase dobrou, passando de 546 para 1.076.

O primeiro trimestre de 2020 teve o mês de fevereiro como o mais violento do estado desde 2013, com mais de 450 mortes. Desse total, 312 aconteceram durante os 13 dias da greve policial. 

Além do Nordeste, Samira Bueno também cita outros elementos que podem estar por trás da alta da violência. "Também é de se considerar a falta de um projeto nacional coordenado para reduzir a violência (a exemplo do que propunha o Sistema Único de Segurança Pública e que não foi continuado pela gestão Bolsonaro), novas dinâmicas associadas à ação do crime organizado e o crescimento nos assassinatos de mulheres", afirma.

Os números fazem parte do índice de homicídios criado pelo G1 que utilizou como base os dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal. 

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