Em nova perícia, defesa de Lula reforça "ilegalidade" de Moro e MPF

Ação foi protocolada nesta quinta (4), junto ao STF

Por Da Redação
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Em nova perícia, defesa de Lula reforça "ilegalidade" de Moro e MPF

Foto: Reprodução

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolou nesta quinta-feira (4), junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), nova perícia de mensagens apreendidas na Operação Spoofing. Na petição, os advogados defendem que as novas mensagens submetidas à perícia mostram "graves vícios e improcedência dos atos de persecução realizados contra ele [Lula] pelo Estado, por meio da autointitulada 'Lava Jato'". A defesa sustenta ainda que  "sem grande esforço de intelecção, os fatos contidos nos diálogos são de extrema gravidade e revelam toda sorte de ilegalidade".

Ainda na petição, dirigida ao ministro do STF Ricardo Lewandowski, os advogados de Lula destacam diálogos para reforçar a ação coordenada entre o ex-juiz Sergio Moro e procuradores da Lava Jato. O objetivo da reclamação ao STF é obter o acesso integral ao acervo de mensagens apreendidas com hackers em 2019. Ao STF, a  defesa diz que Moro "orientava e era consultado rotineiramente para a prática dos atos de persecução" em relação a Lula.

 "No que se refere ao famigerado tríplex do Guarujá, por exemplo, o então juiz Sergio Moro, além de ter atuado durante a própria elaboração da denúncia, como já demonstrado nestes autos, exigia satisfação até sobre o andamento do recurso de apelação do MPF", afirma.

Os advogados listam mensagens escritas pelo procurador Deltan Dallagnol em 21 de julho de 2017 para os colegas dele da força-tarefa da Lava Jato, confira:

20:23:57 - Deltan: É uma base imensa, com informações de terceiros não relacionados ao réu e há diligências sob sigilo ainda; então é possível fazer pesquisas com base em argumentos (termos) apontados por Lula e que tenham pertinência com os fatos do processo.

20:25:46 - Deltan: Russo [Moro] quer uma previsão das nossas razões de apelação do caso triplex.

A defesa do ex-presidente cita que os procuradores reconheceram que o levantamento do sigilo da delação de Antônio Palocci às vésperas das eleições presidenciais de 2018, que elegeu Jair Bolsonaro (sem partido). A conversa ocorreu em 1º de outubro de 2018:

15:40:25 - José Carlos: Parece que o Judiciário está tentando, mais uma vez, ser protagonista do processo político. Vejo nesse levantamento do sigilo tentativa de influenciar na eleição presidencial. Espero estar errado.

15:43:23 -  Ângelo Goulart: Acredito que vc não esteja totalmente errado. Seria surpreendente se o Judiciário não se sentisse tentado a influenciar. Mas pode ter havido uma contribuição involuntária da ordem processual.

Os diálogos mostram, segundo a defesa, que Moro e os procuradores "acompanharam em tempo real as conversas interceptadas ilegalmente nos terminais utilizados pelos advogados constituídos pelo reclamante [Lula]".
 

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