Em pedido de afastamento da Funai, Bruno Pereira mencionou 'clima de tensão'
Essa foi a justificativa do indigenista para ser afastado do órgão
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Em 2019, o indigenista Bruno da Cunha Araújo relatou um clima de tensão e fragilidade na Fundação Nacional do Índio (Funai) e justificou que esses eram os motivos para o seu pedido de licença do órgão. O site Metrópoles teve acesso ao memorando por meio do qual ele anunciou seu afastamento.
O pedido de licença foi feito logo após Bruno ser exonerado da função de coordenador-geral de Índios Isolados e de Recente Contato da Diretoria de Proteção Territorial da Funai. A dispensa ocorreu em outubro de 2019.
Quase dois anos e meio depois, o indigenista e o jornalista inglês Dom Phillips foram assassinatos durante uma viagem ao Vale do Javari. O crime aconteceu no dia 5 de junho. Três homens foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) como responsáveis pelos homicídios.
Na carta, Bruno também mencionou a necessidade de cuidados da sua família. “A iminência do nascimento do seu segundo filho, a idade tenra no filho mais velho (16 meses) e a ausência de outros familiares (avós, avôs, tios, prima e primos) por perto, que possam ajudar o casal nessa missão de cuidar e educar seus filhos na presença de ambos os pais, foram fatores preponderantes para decisão do servidor e de sua companheira”, escreveu o servidor.
“Mais recentemente, o clima de tensão imposta aos servidores pelo assassinato do colaborador da FPEVJ [Frente de Proteção Etnoambiental do Vale do Javari], Maxciel Pereira, em setembro 2019, e os ataques consecutivos com arma de fogo contra a estrutura da Bape [Base de Proteção Etnoambiental] Ituí tornaram ainda mais tensas e ansiosas as perspectivas de trabalho e vida do servidor e sua família”, acrescentou ele.
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