Em resposta à Zelensky, Bolsonaro defende neutralidade em conflito com a Rússia: "Estou do lado da paz"
Presidente brasileiro afirmou ainda ter "apanhado muito" após viagem a Moscou

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Após o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmar não apoiar "a posição de neutralidade" do presidente Jair Bolsonaro (PL), diante do conflito com a Rússia, o chefe do Executivo brasileiro reforçou a posição e afirmou que está “do lado da paz” nessa quarta-feira (20).
O pré-candidato à reeleição disse ainda “apanhou muito” após a viagem a Moscou, dias antes da invasão russa ao território ucraniano. As declarações foram dadas a apoiadores no Palácio da Alvorada.
Segundo o presidente brasileiro, na época, membros do governo chegaram a recomendar que ele não viajasse para a Rússia. A viagem aconteceu nove dia antes da eclosão da guerra.
"Vá para a Rússia ou não? Se dependesse de quem está do meu lado, eu não iria. Não, se mantenha neutro, a Rússia pode invadir a Ucrânia. Eu fui para Rússia. Resolvi a questão do fertilizante. Eu apanhei muito porque fui para a Rússia. (Dizem) “Tem que estar do lado da Ucrânia…”. Estou do lado da paz. Se eu tivesse como resolver a guerra, já teria resolvido", disse o presidente.
O Brasil costuma adotar apenas a sanções impostas pela Organização das Nações Unidas (ONU), que tem a Rússia como membro permanente do Conselho de Segurança.
As falas de Bolsonaro foram em resposta as declarações de Zelensky, em entrevista à TV Globo, em que o presidente ucraniano posição de “neutralidade” no conflito, defendida por Bolsonaro.
"Eu não apoio a posição dele de neutralidade. Eu não acredito que alguém possa se manter neutro quando há uma guerra no mundo", disse, em entrevista à TV Globo.
"Vamos pensar sobre a Segunda Guerra Mundial. Foi assim. Muitos líderes ficaram neutros num primeiro momento. Isso permitiu que os fascistas engolissem metade da Europa e se expandissem mais e mais, capturando toda a Europa. Isso aconteceu por causa da neutralidade. Ninguém pode ficar no meio do caminho", explicou Volodymyr Zelensky.