Em SP, Bolsonaro desafia TSE e afirma que população não aceitará eleições sem voto impresso
Presidente, em discurso, volta a sugerir que atual formato de voto gera dúvidas aos eleitores
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O presidente Jair Bolsonaro esteve presente, na tarde desta terça-feira (7), na Avenida Paulista, junto aos apoiadores e a ministros do governo em ato alusivo ao 7 de Setembro. Em discurso, que durou cerca de 20 minutos, Bolsonaro comentou sobre a Constituição Brasileira, o voto impresso, fez críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e fez menções diretas ao ministro da Corte, Alexandre de Moraes.
"O conforto não me atrai. Eu sempre estarei onde o povo estiver. Passamos momentos difíceis. Vocês passaram momentos difíceis com a pandemia [de Covid-10], mas pior foram as ações de alguns governadores e alguns prefeitos que simplesmente ignoraram a nossa Constituição, em especial o inciso do Art. 5º da mesma", iniciou Bolsonaro.
O presidente também fez críticas diretas e mencionou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, ao deixar uma escolha para o magistrado: "ou ele se enquadra, ou pede para sair", pontuou.
"Não vamos mais admitir que pessoas como Alexandre de Moraes desrespeitem nossa Constituição. Ele teve todas as oportunidades para agir com respeito à todos nós", completou o presidente.
Voto impresso
O chefe do Executivo voltou a comentar sobre a adoção do voto impresso nas eleições de 2022. "Nós teríamos eleições limpas, democráticas, auditável e com contagem pública. Não podemos ter eleições que cause dúvidas sobre os eleitores. Não posso participar de uma farsa como essa patrocinada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)", disse ao se referir, indiretamente, ao Luís Roberto Barroso.
"Hoje temos uma fotografia para mostrar para o Brasil e o mundo que nossa bandeira é verde e amarela. [...] não quero o confronto. Quero aquilo que seja justo, ao lado de vocês".
"O apoio de vocês é primordial e indispensável para seguir adiante. Gostaria de agradecer a Deus pela minha vida e pela missão. E dizer para aqueles que querem me tornar inelegível em Brasília: 'só Deus me tira de lá'. [...] e dizer aos canalhas, que nunca serei preso. A minha vida pertence a Deus e a vitória é de todos nós", finalizou Bolsonaro.
Estiveram presentes, em São Paulo, para acompanhar o chefe do Executivo, os ministros Onyx Lorenzoni, Tarcísio Gomes de Freitas, Fábio Faria, Bento Albuquerque, Augusto Heleno, Gilson Machado, Bruno Bianco, Nilton Ribeiro, Carlos França, Joaquim Leite e Luís Eduardo Ramos. O ministro Braga Netto não compareceu no ato.
Em seu pronunciamento, Bolsonaro não comentou sobre ter convocado uma reunião com o Conselho da República, conforme mencionou na manhã desta terça, durante discurso em Brasília.