Embaixada dos EUA reage a decisão do STF: "Nenhum juiz brasileiro pode anular a Primeira Emenda"
Manifestação ocorre após indiciamento de Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro em investigação da PF sobre tentativa de golpe

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Embaixada dos Estados Unidos no Brasil divulgou, nesta quarta-feira (20), uma nota oficial afirmando que nenhuma autoridade estrangeira tem poder para restringir a Primeira Emenda da Constituição americana, que garante a liberdade de expressão no país.
A mensagem foi publicada no perfil da representação diplomática na rede social X, em meio ao acirramento da crise entre o governo brasileiro e Washington.
"Enquanto o presidente Trump estiver no comando, pessoas e empresas sob jurisdição dos EUA têm a garantia de que nenhum governo estrangeiro será autorizado a censurar a liberdade de expressão das pessoas e das empresas sob a jurisdição dos EUA em solo americano. Nenhum juiz brasileiro, nem qualquer outro tribunal estrangeiro, tem poder para anular a Primeira Emenda. Ponto final", disse a nota.
A reação acontece no mesmo período em que a Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por tentativa de obstrução de Justiça, no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Eduardo Bolsonaro divulgou uma nota criticando o relatório da Polícia Federal (PF). Segundo ele, a investigação aponta “supostos partícipes de um crime absolutamente delirante, mas não identifica os autores”.
O deputado também negou ter atuado nos Estados Unidos para interferir em processos no Brasil. Em sua defesa, afirmou que suas agendas no país estavam ligadas à defesa de liberdades individuais e ao projeto de anistia em tramitação no Congresso.
Eduardo ainda classificou o inquérito como tentativa de desgaste político e considerou "absurda" a criminalização de conversas privadas.
A manifestação da embaixada amplia o atrito diplomático entre Brasília e Washington, que se intensificou após decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo o ministro Alexandre de Moraes e a inclusão de seu nome na Lei Magnitsky pelo governo americano, mecanismo que prevê sanções a acusados de corrupção e violações de direitos humanos.