Embaixador da China propõe acordo de livre comércio com o Brasil
Diplomata cita estudo do Ipea

Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil
O presidente Jair Bolsonaro conversou por telefone com o presidente chinês Xi Jinping e conseguiram colocar um ponto final em uma crise diplomática entre os países. Após o contato, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, defendeu um acordo de livre comércio entre as nações.
Yang destacou um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com simulações que consideram um cronograma de diminuição bilateral das tarifas de importação ao longo de dez anos, com reduções graduais a cada dois anos, até que cheguem a zero.
“Um acordo de livre comércio entre Brasil e China geraria resultados inequivocamente positivos para a economia brasileira, com ganhos de PIB, investimento, exportações e importações”, afirmou o embaixador.
A crise diplomática inciou na última quarta-feira quando Yang reagiu às declarações do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que insinuavam que o coronavírus havia sido criado pelo regime comunista chinês.
O diplomata exigiu que o parlamentar se retratasse, mas o chanceler Ernesto Araújo reagiu dizendo que quem tinha que pedir desculpas era o embaixador, que havia compartilhado publicações ofensivas a Jair Bolsonaro e sua família.
Um acordo de livre comércio entre o Brasil e a China teria como consequência o fim da Tarifa Externa Comum do Mercosul - usada no comércio com países que não fazem parte do bloco sul-americano.