Emissões de CO2 por veículos pesados aumentaram 30% desde 2000, aponta ONU
Nações Unidas afirma que países devem regulamentar veículos usados para reduzir impactos negativos e adotar tecnologias mais limpas
Foto: Unicef/Farhana Satu
Um estudo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), publicado nesta quinta-feira (22), aponta que a emissão de CO2 de veículos pesados aumentaram 30% desde 2000. O relatório também aponta que os caminhões contribuíram com 80% desse aumento.
Entre os países que falam português pesquisados, apenas o Brasil baniu a importação de veículos pesados usados, fazendo parte do grupo dos 18 únicas nações que adotaram essa medida entre as 146 estudadas. Atualmente, as exportações de veículos pesados representam apenas 3,6% do comércio automobilístico global.
O chefe da Unidade de Mobilidade Sustentável do Pnuma, Rob De Jong, afirma que caminhões e ônibus contribuem para o crescimento econômico ao redor do mundo, mas eles causam grandes impactos ambientais e de saúde.
Assim, ele ressalta que são necessárias regulamentações ambiciosas para reduzi-las. Segundo ele, a introdução de tecnologias de veículos mais limpas pode ser um importante motor da revolução global rumo a um transporte com baixas emissões ou mesmo com zero emissão de carbono.
De acordo com o estudo, se houvesse uma adoção massiva a uma norma para a transição para combustíveis mais limpos, até 700 mil mortes prematuras poderiam ser evitadas até 2030. Atualmente, 97% de todos os novos caminhões e 73% dos ônibus na União Europeia são movidos a diesel.
Entre as recomendações do relatório, estão: impulsionar a adoção de tecnologias avançadas já existentes, incluindo ônibus e caminhões elétricos, e a uma mobilização pública que ajude a pressionar pela aplicação de regulamentações mais rigorosas.
O relatório indica também que o uso de veículos usados pesados deve continuar a crescer consideravelmente devido ao aumento das atividades econômicas e da necessidade de transportar pessoas e mercadorias. Entre 2000 e 2015, por exemplo, segundo o relatório, as vendas globais de caminhões e ônibus duplicaram.
Sobre a exportação de veículos pesados usados, o estudo revela que nenhum país possui requisitos mínimos para sua exportação. Outro achado é que as normas em mais de metade dos países importadores são “fracas” ou “muito fracas” e sua aplicação é inadequada.