Empreendedoras negras são mais afetadas pela queda de faturamento durante a pandemia
Sebrae aponta que perdas chegam a -40%
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Dados da 13ª Pesquisa de Impacto da Pandemia do Coronavírus nos Pequenos Negócios, realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostram que as empreendedoras negras foram a parcela de setor mais atingida pela crise. Segundo o levantamento, 76% dessas mulheres apontam perdas de faturamento, enquanto a média entre todos os empreendedores é de 68%.
Elas também são as que têm maior perda média: -40%, dez pontos percentuais acima da média geral, que é de -30%. A falta de tempo para se dedicar integralmente ao negócio pode explicar o fato de que é nesse grupo de empreendedoras que se encontra o maior volume de empresas fechadas temporariamente: 14% das negras que são donas de pequenos negócios se encontram nessa situação, contra 9% da média geral.
Além disso, 36% delas estão com dívidas em atraso (contra 29% da média) e para ¼ delas o pagamento dessas dívidas representa mais da metade dos custos mensais da sua empresa. Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, o baixo nível de escolaridade e a ausência de oportunidades de capacitação para esse segmento de empreendedoras, aliado à necessidade de conciliar cuidados da casa e da família também prejudicam diretamente o resultado dos negócios.
“Não podemos ignorar que aspectos culturais interferem no desempenho das empreendedoras e no tipo de empreendimento que elas possuem, que muitas vezes são de natureza mais simples e em atividades que demandam um maior contato com o público, algo que foi inviabilizado ao longo de praticamente toda a pandemia”, afirmou o especialista.