Empreiteiro lucra bilhões em contratos do governo após Lava Jato

Após os impactos da Lava Jato nas principais construtoras do país, o empreiteiro Luiz Otávio Fontes Junqueira, de 66 anos, tomou medidas rápidas para consolidar o espaço no cenário nacional. Fundou a LCM Construção e Comércio em 2014, visando conquistar os vultosos contratos do governo federal que não mais contemplariam gigantes como Odebrecht e OAS. Hoje, acumula R$ 1,5 bilhão em contratos com o governo desde janeiro deste ano. As informações são da coluna de Paulo Cappelli no portal Metrópoles.

A LCM, presidida por Junqueira e dirigida por seu filho Cristiano, quebrou recordes durante o terceiro mandato de Lula. Todos os 29 contratos firmados, totalizando R$ 1,5 bilhão, foram celebrados com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), vinculado ao Ministério dos Transportes.

O empreiteiro mineiro, reconhecido nos círculos de Brasília, é apontado como um exemplo de sucesso na busca pelo "espólio" das empreiteiras atingidas pela Lava Jato. Sua residência em um condomínio de luxo em Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte, reflete o êxito alcançado. Luiz Otávio Fontes Junqueira possui mais de 100 empresas vinculadas a seu nome, 83 ainda em atividade, e uma frota de 22 veículos, incluindo carros de luxo como Mercedes-Benz e Porsche.

O empresário adota uma postura discreta nas redes sociais e evita expor opiniões políticas. Seu filho Cristiano, por outro lado, já demonstrou questionamentos sobre a credibilidade das urnas eletrônicas e compartilhou postagens do ex-presidente Bolsonaro.

Investigações passadas também fazem parte do histórico de Junqueira. Em 2011, foi acusado pelo Ministério Público Federal no Tocantins por prejuízos em uma obra na BR-153. No mesmo ano, enfrentou uma ação do MPF no Pará relacionada à construção de um hospital em Santarém.

Em 2019, já à frente da LCM, Junqueira foi alvo da Operação Mão Dupla da Polícia Federal, acusada de fraudar medições e pagamentos em serviços de pavimentação. Apesar disso, a empreiteira celebrou R$ 366 milhões em contratos com o antigo Ministério da Infraestrutura entre 2019 e 2022.