Empresa com um funcionário fecha contrato de R$ 285,8 milhões com Ministério da Saúde
Site aponta que Auramedi, de Goiás, tem capital social de R$ 1,3 milhão
Foto: Agência Brasil/Marcelo Camargo
Uma pequena empresa com apenas um funcionário registrado até março e capital social de R$ 1,3 milhão conseguiu um contrato de R$ 285,8 milhões com o Ministério da Saúde, sem licitação. O acordo, assinado em abril deste ano, garante o fornecimento de 293,5 mil frascos de imunoglobulina humana, medicamento usado para melhorar a imunidade de pacientes com diversas doenças, como a síndrome de Guillain-Barré.
Segundo informações do portal Metrópoles, o volume de recursos, aliado com o tamanho da empresa Auramedi, de Goiás, desconhecida no mercado farmacêutico, chama a atenção. Ela representa a chinesa Nanjing Pharmacare no contrato firmado com o Ministério da Saúde.
A Nanjing também é representada no Brasil pela Panamerican Medical Supply, que tem como um dos sócios Marcelo Pupkin Pitta, empresário que já foi preso na Operação Vampiro, em 2004 e em 2007. As investigações apuraram suspeita de fraude em licitação no Ministério da Saúde, justamente em compras de medicamentos hemoderivados, incluindo imunoglobulina.
Segundo o Portal da Transparência, a Auramedi começou a participar de pregões de órgãos federais em outubro do ano passado, recebendo quantias pequenas, como notas de pagamento de até R$ 6,2 mil. No entanto, o maior valor recebido pela empresa até o momento provém do contrato com o Ministério da Saúde, totalizando R$ 16,5 milhões.