Empresários investigados pela PF compartilharam mensagens assinadas por Bolsonaro com ataques ao STF e fake news, diz colunista
Diversos empresários no grupo encaminhavam mensagens que terminavam com a assinatura “Presidente Jair Bolsonaro“.
Foto: Ag Brasil
Vários empresários investigados pela Polícia Federal tiveram conversas em grupo de Whatsapp vazadas com mensagens compartilhadas no grupo Empresários & Política, mensagens com ataques ao ministro Alexandre de Moraes e ao sistema democrático, com a assinatura do ex-presidente Jair Bolsonaro. A coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, teve acesso às mensagens. Meyer Nigri e Luciano Hang, investigados pela PF, e Nelson Piquet e Emílio Dalçoquio, foram os responsáveis pelo encaminhamento das mensagens, todos envolvidos na investigação.
Segundo a coluna, o conteúdo das mensagens acusavam, sem provas, que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cometia fraudes nas urnas eletrônicas. De acordo com o inquérito da PF, o empresário atendeu a um pedido de Bolsonaro ao compartilhar um texto com ataques ao ministro Luís Roberto Barroso.
Não é possível identificar a origem das mensagens, mas além da assinatura de bolsonaro, algumas mensagens foram compartilhadas pelo próprio ex-presidente à época.
Em 17 de maio, pontualmente às 22h02, um comunicado redigido pelo empresário Meyer Nigri trazia consigo a assinatura digital do ex-presidente Bolsonaro. O conteúdo do texto versava sobre uma medida legal instaurada pelo então mandatário, visando contestar as ações de Alexandre de Moraes, alegando possíveis excessos no exercício de sua autoridade.Levando-se em conta seus sucessivos ataques à democracia, desrespeito à Constituição e desprezo por direitos [e] garantias fundamentais”, dizia a nota, que foi divulgada na época pelo então presidente.
O empresário Emilio Dalçoquio, presidente do conservador Instituto Lux e apontado pela Polícia Rodoviária Federal como líder de bloqueios ilegais de rodovias após a eleição, também encaminhou esta mensagem ao grupo, com a mesma assinatura.
Segundo a coluna, no mês de junho, um acontecimento chamou atenção: o ex-presidente Bolsonaro compartilhou através de sua lista de contatos um vídeo intrigante. No registro, Bolsonaro indagava: "Você está preparado para os desafios à frente? Em questão de minutos, compreenda a urgência que ronda nosso amado Brasil. Peço gentilmente que assista e compartilhe".
Esta mensagem reverberou no círculo dos empreendedores, enviada não somente por Meyer Nigri, mas também por Luciano Hang, figura proeminente por trás das lojas Havan, e Nelson Piquet, o ex-piloto que supervisiona a Autotrac, uma empresa especializada em análise de dados de comunicação. No vídeo em questão, Bolsonaro proferia um discurso retirado de uma cerimônia pública, no qual abordava a temática da regulamentação do porte de armas pela população.