Empresas da Lava Jato adotam estratégias para limpar reputação

Com o escândalo de corrupção exposto pela Operação Lava Jato, deflagrado pela Polícia Federal, que investiga o esquema de corrupção em contratos da Petrobras que envolvem as empreiteiras Odebrecht, Camargo Corrêa e OAS, companhias fortemente afetadas financeiramente com perda de contratos e pagamentos de multas, optaram por implantar estratégias para limpar a reputação. 

A estratégia de mudança de nome, por exemplo, já foi iniciada por uma das empresas de menor porte entre as citadas, a Schahin, que adotou 'Base Engenharia' como a nova denominação. Aos poucos, o mesmo foi feito pelas companhias relevantes como como Engevix e Grupo Camargo Corrêa, além da gigante Odebrecht e de várias de suas subsidiárias. Esse grupo, que pertence a baiana OAS, agora passa a se chamar Metha. 

Segundo o especialista de marketing Luciano Deos, fundador e presidente da empresa GAD, responsável pelo "rebatismo" da OAS, que agora é Metha, a marca só decidiu mudar o nome depois de "fazer a lição de casa". "A empresa entendeu que só faria sentido fazer a mudança depois da reestruturação financeira, saindo da recuperação judicial, e após o acordo de leniência (com as autoridades)", explica Deos.

Outras estratégias também foram adotadas pelas empresas. A Camargo Corrêa, que passou a se chamar Mover, foi a primeira a acertar o pagamento de multas bilionárias para encerrar a relação que tinha com a Lava Jato. A Metha (OAS) entrou em recuperação judicial assim que foi dado início à operação, em 2015. Já a Odebrecht só recorreu à recuperação judicial em 2019, com dividas de cerca de R$ 100 bilhões. 

A Odebrecht também iniciou o processo pelas subsidiárias de óleo e gás, agroindústria e construção. A modificação do nome para Novonor também é nova, foi anunciada em dezembro do ano passado.