Empresas lideradas por mulheres sofrem mais barreiras alfandegárias no exterior, aponta estudo
Levantamento é do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Cerca de 2,6 milhões dos empregos em empresas com atuação no comércio exterior foram ocupados por mulheres, aponta um estudo inédito do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O número equivale a 32,5% dos postos de trabalho nessas companhias, que têm diferentes portes, no período de 2010 a 2020.
A pesquisa tem potencial para subsidiar a formulação de políticas públicas. Uma das principais conclusões é que setores com maior presença relativa de mulheres coincidem com mais barreiras alfandegárias, como vestuário e confecção, calçados e obras de arte, que costumam enfrentar tarifas de importação mais altas ou outros obstáculos.
“À luz dessas informações, ao negociar um acordo comercial, o governo brasileiro pode privilegiar a retirada das barreiras no acesso ao mercado externo. Com isso, podemos fazer com que as mulheres tenham benefícios de acesso a outros mercados”, disse à CNN a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, responsável pela elaboração do estudo no ministério.
O levantamento foi motivado pela dificuldade na obtenção de dados relativos ao setor no contexto de gênero. De acordo com o documento, a maioria das empresas que pertencem as mulheres é de pequeno porte. Do total de companhias exportadoras com maioria feminina no quadro societário, 24% são microempresas e 9% são de médio e grande porte.
No recorte regional, o Sudeste e o Sul se destacam pela maior presença feminina na sociedade das firmas exportadoras. Nas demais regiões, a participação feminina é mais relevante nas empresas que concentram as vendas apenas no mercado doméstico, em comparação com Sul e Sudeste.