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Enem dos Concursos pode causar evasão em órgãos públicos

Pesquisa alerta que efeito colateral do Enem do Concursos é a desistência de carreiras do Executivo que pedem restruturação

Por Da Redação
Ás

Enem dos Concursos pode causar evasão em órgãos públicos

Foto: Maria Eduarda Fontes

Uma pesquisa realizada com servidores do Ministério da Cultura (MinC) apontou que o Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), conhecido como Enem dos Concursos, pode causar evasão em carreiras do Executivo federal que reivindicam reestruturação. A informação, porém, é refutada pelo governo federal. 

A pesquisa contou com 589 participantes, o que representa cerca de 30% dos servidores ativos do MinC e entidades vinculadas, e perguntou sobre intenções e motivos da categoria em realizar concurso para uma outra carreira. 

O levantamento foi realizado pelo Departamento de Educação e Cultura (DEC) da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).

Quase 70% dos participantes revelaram estudar para outros concursos. Desses, mais de 75% vão participar do Enem dos Concursos. Apesar disso, mais de 90% dos servidores responderam que, se o governo acatasse as demandas da Cultura, permaneceriam nos quadros do MinC e entidades vinculadas.

Os responsáveis pela pesquisa pontuam que, em muitos casos, a evasão no Executivo Federal acontece exclusivamente pela falta de valorização das carreiras.

“No Concurso Nacional Unificado o governo oferece 50 novas vagas para o Ministério da Cultura, mas há uma possibilidade real dessa quantidade de novos servidores, extremamente necessária, ser insuficiente e, inclusive, menor do que a de servidores que podem deixar o ministério caso passem em outros concursos. Esse, certamente, não é um caso isolado da Cultura”, diz nota da confederação dos funcionários públicos.

Para o departamento que aplicou a pesquisa, o resultado é importante por apontar ao governo que há um risco real não só de perder mão de obra especializada, mas também servidores que detêm conhecimento estratégico sobre áreas-chave da Cultura. “Não temos intenção de expor, muito menos recriminar colegas que buscam algo simples: dignidade”, prossegue a entidade. 
 

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