Entidade internacional afirma que Bolsonaro tentou sabotar medidas contra Covid-19
Documento sobre os direitos humanos no mundo ainda cita sobre conduta do presidente em relação ao meio ambiente
Foto: Reprodução/ Agência Brasil
O presidente Jair Bolsonaro é acusado pela organização internacional Humans Rights Watch (HRW) de ter tentado sabotar as medidas para conter o contágio do novo coronavírus no Brasil. O entendimento foi constado em seu relatório anual sobre os direitos humanos no mundo, divulgado nesta quarta-feira (13). Ainda no documento, a entidade criticou a conduta do governo brasileiro em relação ao meio ambiente.
“O governo Bolsonaro promoveu políticas que contrariam os direitos das mulheres e os direitos das pessoas com deficiência, atacou a mídia independente e organizações da sociedade civil, e enfraqueceu os mecanismos de fiscalização da legislação ambiental, na prática dando carta branca às redes criminosas envolvidas no desmatamento ilegal na Amazônia e que ameaçam e atacam os defensores da floresta”, diz o relatório.
Sobre a Covid-19, a HRW lembrou da conduta do presidente Jair Bolsonaro dede as declarações que minimizavam a doença, chamando-a de "gripezinha", até a tentativa de impedir que os estados decretassem o isolamento social. "O presidente Bolsonaro expôs a vida e a saúde dos brasileiros a grandes riscos ao tentar sabotar medidas de proteção contra a propagação da Covid-19", diz a diretora adjunta da HRW no Brasil, Anna Livia Arida.
A Humans Rights Watch também cita os povos indígenas e a população carcerária de terem sido impactadas pela Covid-19 e que foram alvos de tentativas do governo frear os esforços. Um deles foi o veto parcial de Bolsonaro no projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, em junho, que obrigava o governo a fornecer atendimento médico emergencial e assistência à população indígena.
Já em relação à população carcerária, Bolsonaro vetou, em julho, um artigo de um projeto de lei que exigia o uso de máscaras nas unidades prisionais e centro socioeducativos.
Ambos os vetos foram derrubados pelo Congresso e pelo Supremo Tribunal Federal (STF), respectivamente.