Erros de pesquisas de intenção de voto diminuem credibilidade de institutos, afirmam especialistas
O primeiro turno das eleições 2022 foi realizado nesse domingo (2)
Foto: Reprodução/Agência Brasil
Os resultados do primeiro turno das eleições 2022, realizado nesse domingo (2), foram decepcionantes diante das previsões das pesquisas feitas pelos principais institutos que realizam levantamentos sobre a preferência do eleitorado do país.
Para a eleição presidencial, por exemplo, o Datafolha e o Ipec apontavam menos de 40% dos votos para o presidente Jair Bolsonaro (PL) e a possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhar sem a necessidade de segundo turno, mas ambos erraram.
Desde agosto, o Ipec divulgou sete pesquisas de intenção de voto ao Palácio do Planalto. Quando analisados os votos válidos, o petista oscilou de 52% para 51%. Com uma margem de erro de dois pontos percentuais determinada pelo instituto, o Ipec se aproximou do resultado publicado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que registrou 48% dos votos para Lula.
No entanto, a empresa passou longe do total de votos obtidos por Bolsonaro. O presidente teve 43%, segundo o TSE. Nos sete levantamentos do Ipec, o chefe de Estado iniciou e terminou com 37% dos votos válidos. O mesmo ocorreu com o Datafolha. Em seis pesquisas feitas desde agosto, Lula começou com 51% dos votos válidos e terminou com 50%. Já Bolsonaro tinha 35% na primeira amostra e 36% na última.
Assim como para a presidência, os levantamentos para alguns governos estaduais não se confirmaram. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, o Ipec divulgado na véspera da eleição apontava André Puccinelli (MDB) com a maior intenção de votos, mas ele nem chegou a ir ao segundo turno, que será disputado por Capitão Contar (PRTB) e Eduardo Riedel (PSDB).
No Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) registrava 40% dos votos válidos, conforme o Ipec, dez pontos percentuais à frente de Onyx Lorenzoni (PL). Com o resultado, Onyx terminou a apuração à frente, com 37,5% dos votos, e Leite se classificou para o segundo turno com uma diferença de apenas 2.441 votos para o terceiro colocado, Edegar Pretto (PT).
Enquanto isso, no Rio de Janeiro, o Datafolha apontava o governador Cláudio Castro (PL) com 46% e Marcelo Freixo (PSB) com 40%, o que configuraria segundo turno. No entanto, Castro foi reeleito em primeiro turno, com 58,57% dos votos contra 27,38% de Freixo.
Já em São Paulo, o Ipec e o Datafolha afirmavam que Fernando Haddad (PT) era o favorito, com 41% e 39%, respectivamente. Tarcísio de Freitas (Republicanos) aparecia em segundo, com 31% em ambos os institutos. Porém, os dois acabaram indo para o segundo turno, mas com Tarcísio na frente. Segundo o TSE, o candidato do Republicanos teve 42,32% dos votos contra 35,7%.
Diante dos resultados, os especialistas afirmam que a quantidade de erros compromete a credibilidade das empresas. Segundo o Doutor em ciência política, Leandro Gabiati, essas organizações fazem parte do processo eleitoral e ajudam o eleitor a entender melhor em qual contexto ele vai votar, mas a baixa assertividade pode atrapalhar o cenário eleitoral, revelou ao R7.