Escravidão moderna aumenta à medida que crises exacerbam a pobreza extrema, diz ONU
Número de pessoas forçadas a trabalhar ou a se casar chegam a 50 milhões
Foto: Divulgação/MPT
Um relatório sobre escravidão moderna da Organização Internacional do Trabalho (OIT) das Nações Unidas (ONU), divulgado nesta segunda-feira (12), mostra que o número de pessoas forçadas a trabalhar ou a se casar contra sua vontade aumentou nos últimos anos para cerca de 50 milhões.
Segundo os dados, crises como a pandemia, conflitos armados e mudanças climáticas levaram a interrupções sem precedentes no emprego e na educação, ao mesmo tempo em que exacerbam a pobreza extrema e a migração forçada. Comparado com a última contagem do ano de 2016, o número de pessoas em escravidão moderna aumentou cerca de 9,3 milhões.
De acordo com os números mais recentes, o trabalho forçado foi responsável por 27,6 milhões das pessoas em escravidão moderna em 2021, mais de 3,3 milhões dos quais são crianças, e o casamento forçado por 22 milhões. A OIT constatou que mais da metade de todo o trabalho forçado ocorreu em países de renda média alta ou alta, com trabalhadores migrantes três vezes mais propensos a serem afetados.
No documento, a agência fez menção ao Catar, que enfrenta alegações generalizadas de violações de direitos trabalhistas relacionadas a migrantes que trabalham no país antes da Copa do Mundo de futebol. Além disso, o relatório também apontou a preocupação com o trabalho forçado em partes da China.