Michel Telles

Especialista ensina como crescer em meio à crise

Consultor de empresas Alex Cruz ensina a enxugar custos e “escalar” serviços para obter balanços positivos no final do mês

Por Michel Telles
Ás

Especialista ensina como crescer em meio à crise

Foto: Lorena Vinturini

O cenário ainda vigente de pandemia do novo coronavírus (COVID-19) segue esbarrando o crescimento de empresas e microempreendedores. Segundo a “Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da COVID-19 nas Empresas”, foram fechados cerca de 716 mil negócios desde a chegada da SARS-COV-2 ao território brasileiro. Embora a retomada gradual esteja acontecendo em variadas capitais do país, o déficit orçamentário se instaurou em diversos mercados brasileiros, com exceção de poucas categorias.  Indo contra a maré de instabilidade provocada pela pandemia, alguns segmentos ainda conseguiram impulsionar as vendas, como o setor farmacêutico, deliverys, supermercados, “compras online”, bebidas, produtos para pets, itens de informática e “exercícios em casa”, segundo levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).  O crescimento de algumas empresas diante da crise, segundo o consultor empresarial e membro da Associação Brasileira de Consultores Empresariais (ABRACEM), Alex Cruz, está correlacionada a estratégias empregadas pelas organizações desde os estágios iniciais da pandemia, como a redução de custos — telefonia, internet, aluguel e infraestrutura — , além do diversificar o modelo de negócio buscando formas de “escalar” a forma de prestar os serviços e ou vender os produtos. Aumentando assim o faturamento, sem necessariamente aumentar os custos da empresa. “A maioria das organizações que conseguiram resultados mais brandos, mesmo nos piores meses da pandemia, foram aquelas que reduziram os custos iniciais e seguem a prática até os dias atuais. Embora o lucro não tenha sido alto, a redução nas despesas acabou apaziguando o impacto da baixa clientela, estagnando alguns setores”, explica.  O consultor empresarial também não descarta que segmentos específicos venham tendo altas no mercado pela demanda dos produtos comercializados, como o setor de “higiene”. Por conta do distanciamento social, o empresário explica que categorias subiram e desceram no quesito econômico, a depender do serviço oferecido e a forma como acontece. Passados os estágios iniciais da crise, o empresário explica que dicas ainda válidas como enxugar os custos da empresa e a escalada dos serviços garantem o firmamento da empresa no mercado. Com relação à redução de despesas, Alex lembra que qualquer custo adicional ainda deve ser evitado, mesmo diante do comércio flexibilizado e a clientela retornando gradualmente. Na avaliação do administrador, o quadro geral da COVID-19 na capital segue influenciado a abertura ou fechamento dos negócios.  A frente da Cruz Consultoria, Alex relata que o “método de escalada” dos serviços vem sido outra frente para alçar novos consumidores e evitar a dissolução de contratos. Ilustrando seu próprio negócio, o consultor afirma estar aumentando a capacidade de produção, treinando novos consultores e estudando a possibilidade de cursos, aulas e atendimentos conjuntos. “A ‘escalada’ nada mais é do que você aumentar sua fonte de produção, ponderando lucros e gastos. Outro exemplo que elucida a aplicação do método, em um segmento totalmente distinto da consultoria, são os ‘personal trainers’. Eu já presenciei casos de instrutores de academia que cobravam entre R$ 300 a R$ 400 por atividades presenciais, mas com limite de clientes atendidos (entre 10/15 clientes). O que veio após a pandemia, utilizando a escalada, foi a cobrança de R$ 100 por cliente, com aulas ao vivo e em conjunto, entretanto, o número de pagantes foi de 30 para 400, ponderando números positivos ao final do mês”, elucida.  Para o administrador de empresas, pensar em formas de escalar um serviço, adaptá-lo ao novo mercado e diminuir custos tradicionais nos próximos meses de pandemia é a receita de sucesso para o crescimento empresarial, evitando a paralisação das atividades, gerando receitas e até renda extra no balanço quinzenal das atividades.  

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