Especialistas acusam Israel de "apartheid" em plano de imunização que exclui palestinos
Vacinação no país tem sido reconhecida como a mais eficiente do mundo
Foto: Getty Images
Embora o programa de vacinação contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, em Israel seja reconhecido como o mais eficiente do mundo, quase 5 milhões de palestinos nos territórios ocupados e na Faixa de Gaza permanecem excluídos. O ministro da Saúde de Israel, Yuli Edelstein, disse, em entrevista à BBC News, que em relação ao programa de vacinação, sua primeira responsabilidade era para com os cidadãos de Israel. De acordo com os últimos dados, cerca de 28% da população havia sido vacinada até a última segunda-feira (25). Alguns críticos classificaram essa política como um "apartheid", enquanto outros a destacaram como mais uma prova da necessidade de acabar com a ocupação.
Nos Estados Unidos, diversos parlamentares democratas se uniram às críticas e apelos de várias organizações para que Israel forneça às autoridades palestinas vacinas suficientes para proteger sua população, conforme exigido pelas convenções internacionais em casos de ocupações. Embora reconheça que Israel tem "interesse" em vacinar os palestinos nos territórios ocupados, o ministro da saúde local diz não ter uma "obrigação legal" de fazê-lo.
Crítica
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 160 mil palestinos nos territórios ocupados testaram positivo para coronavírus desde março de 2020, com mais de 1.700 mortes relacionadas à pandemia.
Especialistas da ONU dizem que a Autoridade Palestina encomendou vacinas por conta própria, mas pode levar várias semanas para que elas cheguem à Cisjordânia e à Faixa de Gaza. Organizações humanitárias, incluindo a Human Rights Watch e a Anistia Internacional, apelaram a Israel para expandir seu programa de vacinação à população palestiniana nos territórios ocupados.