Especialistas afirmam que Brasil precisa adotar lockdown para conter escalada da Covid-19
Nesta quinta (25), país registrou pior número de óbitos em 24 horas
Foto: Reprodução/Poder 360
O agravamento da pandemia da Covid-19 está levando os sistemas hospitalares de diversos estados do Brasil ao colapso. Especialistas em saúde são unânimes em afirmar que é preciso restringir a circulação de pessoas para conter a escalada das últimas semanas. Nesta quinta-feira (25), o país registrou o pior número de óbitos em 24 horas. Foram 1.582 mortes registrados em apenas um dia, com recorde também na média móvel de mortes, que ficou em 1.150.
Ainda na quinta, o Governo da Bahia anunciou restrição total das atividades não essenciais a partir das 17h desta sexta-feira (26), até às 5h da próxima segunda-feira (29). O governador baiano, Rui Costa (PT), afirmou que só funcionará o que for “saúde pública ou venda de alimentos”. A medida vale para todos os 417 municípios. Em Salvador, as praias e passeios de escuna já tinham sido proibidos desde a quarta-feira (24).
Para o médico sanitarista Oswaldo Yoshimi Tanaka, diretor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), os novos casos, muitos por conta da nova variante do vírus, estão proliferando em adultos jovens que, diferentemente de outros momentos da pandemia, estão indo para a UTI, onde ficam por muito tempo. "Eles vêm ficando 20, 25 dias, então os leitos têm pouca rotatividade. Os idosos morriam, os jovens morrem menos, mas ficam mais tempo na UTI e saem com mais sequelas", diz o médico.
"É bom que governadores estejam efetivando políticas mais radicais de isolamento social, porque a gente vai conseguir ver na prática uma diminuição (do contágio). É um esforço louvável que um governante se apresente como intérprete das orientações científicas. São medidas bem-vindas, corretas, e a gente bate palmas para os governadores que fizerem isso. O Brasil vai ter menos gente morrendo", afirma especialista em saúde pública e sanitarista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Ligia Bahia.