Especialistas alertam para influência do álcool na eficácia das vacinas contra covid-19

Especialistas emitiram um alerta sobre a influência das bebidas alcóolicas na eficácia das vacinas contra a covid-19. 

Segundo o clínico geral e coordenador do pronto-socorro do Hospital Santa Lúcia, Luciano Lourenço, as vacinas agem no organismo para estimular a produção de anticorpos contra "invasores". Porém, para que isso aconteça, é preciso que o corpo esteja em homeostase, ou seja, o mais saudável possível.

Durante a produção dos anticorpos, o álcool pode atrapalhar na produção e recomenda que as bebidas alcóolicas sejam ingeridas uma semana antes da vacinação e 20 dias depois.

“Ingerir álcool após receber a vacina não colocará a vida de ninguém em risco, mas é uma vacina com uma cepa desconhecida, então a recomendação de ficar sem álcool uma semana antes e 20 dias depois [da imunização] é inteligente”, completa. “O que chama a atenção da comunidade médica é as pessoas estarem preocupadas com o consumo de álcool em vez de desejarem estarem saudáveis para que o organismo responda da melhor maneira possível", afirma Lourenço.

De acordo com a infectologista da rede de hospitais São Camilo de São Paulo, Beatriz Rodrigues, a eficácia de um medicamento pode variar segundo características da própria pessoa, como idade, comorbidades, genética, fatores nutricionais entre outros. “Os fatores comportamentais, como consumo excessivo de álcool, tabagismo, sono, entre outros, são alvo de diversos estudos”, completa.

Ela também ressalta que o consumo de bebida alcóolica em excesso pode gerar inúmeras consequências ao organismo, levando a um prejuízo da imunidade. “Entretanto, não há evidências suficientes de que o consumo moderado pontual dessa substância torne a vacinação ineficaz”, pondera a infectologista.