Moda & Beleza

Especialistas alertam para retorno do culto à magreza na moda e nas redes

Resgate de tendências passadas coloca em cheque questões democráticas na indústria

Por Da Redação
Ás

Especialistas alertam para retorno do culto à magreza na moda e nas redes

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Embora o body positive dê oportunidade para modelos gordas estrelarem campanhas no mundo da moda, o culto à magreza vira e mexe retorna aos holofotes e coloca em cheque questões democráticas na indústria. Recentemente, Kim Kardashian abriu mão das curvas que a projetaram para caber em um vestido de Marilyn Monroe.  

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Além disso, calças de cintura baixa voltaram às passarelas, influenciadoras propagam o retorno da estética anos 2000 e um remédio ganhou ares de fórmula mágica para o emagrecimento, o Ozempic. Em entrevista ao jornal O Globo, a influenciadora e jornalista Luiza Brasil afirmou que esse resgate de tendências passadas, como a cintura baixa, vai muito além do saudosismo. 

Segundo ela, esse período foi excludente e ditava o corpo magro como único ideal.  “Como alguém que trabalha com pesquisa de moda e comportamento, desconfiei assim que surgiu o resgate dos anos 2000. Foi um período muito excludente em termos da diversidade de corpos e racial. A mulher era muito sexualizada, com a aparência de Paris Hilton e a cintura baixa de Britney Spears divulgadas como ideais. Achava que isso não fosse mais voltar”, afirmou a jornalista. 

Também em entrevista à reportagem, Letícia Schinestsck, que pesquisou o movimento body positive no doutorado, cita o quão sintomático é o surgimento de hashtags que se espalham pelas redes e exaltam a magreza. “Se antes houve uma febre de blogueiras fitness, que falavam de ioga, meditação e suco verde, agora sequer usam o discurso do ‘saudável’. Além dos ‘truques’ de emagrecimento, há muitos conteúdos sobre procedimentos estéticos, como meninas tirando gordura do rosto”, disse.

As últimas semanas de moda no Hemisfério Norte mostraram que as grifes tampouco estão preocupadas com esse comportamento. Em Paris, por exemplo, as poucas modelos gordas ou curvy que haviam ganhado espaço nos últimos anos sumiram dos desfiles. Em Milão, a Diesel lotou a passarela de camisinhas para falar de infecções sexualmente transmissíveis, mas contratou apenas modelos magérrimos para desfilarem looks que ecoavam a tal cintura baixa dos anos 2000.

 

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